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Secretário de Estado americano viaja ao Oriente Médio para evitar expansão do conflito em Gaza

O secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, viaja nesta quinta-feira (4) para o Oriente Médio na tentativa de evitar que a guerra na Faixa de Gaza se expanda para outros países da região. A tensão cresceu após a morte do número 2 da ala política do Hamas, Saleh al-Arouri, no Líbano, e o ataque que deixou mais de cem mortos no Irã.

O secretário de Estado americano, Anthony Blinken, faz sua quarta visita ao Oriente Médio desde o início da guerra entre Israel e o Hamas, em 7 de outubro.
O secretário de Estado americano, Anthony Blinken, faz sua quarta visita ao Oriente Médio desde o início da guerra entre Israel e o Hamas, em 7 de outubro. © Getty Images via AFP
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Esta será a quarta viagem de Blinken à região desde o início da guerra entre Israel e o Hamas, em 7 de outubro. Nenhum país tem "interesse na extensão do conflito", disse Matthew Miller, porta-voz da diplomacia dos EUA, na quarta-feira (3).

Os Estados Unidos vêm sendo criticados pelo apoio dado aos governo de Israel desde o início da retaliação israelense no território palestino. A agenda do secretário de Estado incluirá uma visita em Israel, mas outros encontros e detalhes ainda não foram divulgados.

O temor de que a guerra atinja todo o Oriente Médio cresceu desde o ataque contra o número 2 do Hamas, Saleh al-Arouri, em um subúrbio no sul de Beirute na terça-feira.

A dupla explosão que matou 84 pessoas no Irã, segundo um balanço atualizado nesta quinta-feira (4), durante a homenagem pelo quarto aniversário do assassinato do general Qasem Soleimani, ex-comandante da Força Quds da Guarda Revolucionária iraniana, aumentou ainda mais essa preocupação.

Em Teerã, as autoridades acusaram Israel de estar por trás do "assassinato" de al-Aouri e do "bombardeio" perto do túmulo de Soleimani, mentor das operações do Irã no Oriente Médio.

Israel não comentou as acusações. O Departamento de Estado americano considerou “absurda” a acusação de que os Estados Unidos ou Israel pudessem ser responsabilizados pelas explosões no Irã.

O líder supremo da Revolução Islâmica, o aiatolá Ali Khamenei, prometeu "uma resposta severa" ao ataque. Já o chefe do Hezbollah, Hassan Nasrallah, alertou Israel sobre o risco de uma extensão do conflito no Líbano, devido ao ataque cirúrgico que causou a morte de Saleh al-Arouri. O líder do Hamas deve ser enterrado nesta quinta-feira (4), no cemitério do campo de refugiados palestinos de Shatila, em Beirute.

"Lutaremos sem limites, sem restrições e sem fronteiras. Não temos medo da guerra", disse Hassan Nasrallah na quarta-feira, durante um discurso transmitido na TV.

O chefe do Hezbollah no Líbano, Sayyed Hassan Nasrallah, disse que não tem medo da guerra após ataques em Beirute e no Irã.
O chefe do Hezbollah no Líbano, Sayyed Hassan Nasrallah, disse que não tem medo da guerra após ataques em Beirute e no Irã. REUTERS - MOHAMED AZAKIR

Alerta máximo  

Em Israel, o chefe do Estado-Maior do Exército, Herzi Halevi, disse que suas tropas estão em alerta máximo na fronteira com o Líbano, ao norte, que tem sido palco de trocas de tiros diárias desde o início da guerra entre Israel e o Hamas. Os moradores dessa região também temem um agravamento das tensões com o Hezbollah.

Israel prometeu "destruir" o Hamas após o ataque terrorista do movimento islâmico palestino em 7 de outubro, que matou cerca de 1.140 pessoas no território hebreu, a maioria civis, de acordo com uma contagem da AFP com base em dados oficiais israelenses.

A guerra em Gaza já provocou a morte de 22.313 pessoas, a maioria mulheres, adolescentes e crianças, ou quase 1% da população do território de 2,4 milhões de habitantes, segundo o Hamas.

Desde o início deste conflito, as tensões também aumentaram na Síria e no Iraque, onde bases militares norte-americanas foram visadas, mas também no Mar Vermelho, onde os rebeldes huthis do Iêmen realizam ataques para bloquear o tráfego marítimo em "apoio" a Gaza. 

Dezoito companhias de navegação estão contornando o continente africano para evitar o Mar Vermelho, segundo a Organização Marítima Internacional (OMI). 

Ataques aéreos    

Na Faixa de Gaza, o exército israelense continuou seus ataques aéreos na noite de quarta-feira contra as cidades de Khan Younis, no sul, e Deir al-Balah, no centro. "O Hamas ainda tem poder de fogo significativo em Gaza", disse o porta-voz do Conselho de Segurança Nacional dos EUA, John Kirby.

"Acreditamos que reduzir e derrotar as capacidades do Hamas para realizar ataques em Israel é um objetivo plausível para as forças militares israelenses. Isso pode ser feito, militarmente. Sua ideologia será eliminada? Não. E é provável que o grupo seja aniquilado? Provavelmente não (...)", acrescentou Kirby, em Washington.

Além de ataques aéreos e combates terrestres, os habitantes de Gaza continuam enfrentando uma grave escassez de alimentos, água, combustível e medicamentos.

(Com informações da AFP)

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