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Coreia do Norte confirma êxito em lançamento de satélite espião Maligyong-1

A Coreia do Norte afirma ter lançado com sucesso seu primeiro satélite de reconhecimento, o Maligyong-1. De acordo com Pyongyang, ele foi colocado em órbita na noite de terça-feira (21), e espera-se que outros lançamentos ocorram em seguida. Esse é um grande sucesso para o regime do líder norte-coreano, Kim Jong-un, que falhou duas vezes consecutivas nesse projeto, que deve fornecer informações valiosas sobre as atividades militares americanas e sul-coreanas.

Como em todo lançamento de foguete pela Coreia do Norte, as tensões entre o estado comunista de Kim Jong-Un e seus vizinhos foram reacesas.
Como em todo lançamento de foguete pela Coreia do Norte, as tensões entre o estado comunista de Kim Jong-Un e seus vizinhos foram reacesas. © KCNA/REUTERS
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O correspondente da RFI em Seul, Nicolas Rocca, relata que, conforme informações da mídia estatal, a partir do feito norte-coreano, a Coreia do Sul também anunciou que retomará suas operações de vigilância de fronteiras, suspensas desde 2018, e também tentará em breve colocar seus satélites espiões em órbita.

Na terça-feira, Pyongyang divulgou um comunicado que deu a entender que estaria planejando o lançamento para até 1° de dezembro. O que desafia as advertências de Tóquio, Seul e as resoluções da ONU que proíbem Pyongyang de utilizar tecnologias de mísseis balísticos.  

Entretanto, o lançamento realizado, uma prioridade para o regime desde 2021, foi comemorado por Kim Jong-un, cercado por cientistas e técnicos da NATA, a "Nasa" da Coreia do Norte. O satélite deve fornecer a Pyongyang informações sobre atividades militares ao sul da fronteira.

É difícil dizer até que ponto o Maligyong-1 representa um ativo estratégico. Tudo dependerá de seu desempenho, da qualidade de suas fotos e de sua capacidade de enviá-las rapidamente para a Terra. Mas continua sendo uma grande façanha tecnológica para um país extremamente isolado e repleto de sanções.

Fotografias já recebidas

A Coreia do Norte afirma que seu líder Kim Jong-un conseguiu usar a espaçonave para examinar fotografias das principais bases militares dos EUA em Guam, informou a agência estatal oficial KCNA. O líder norte-coreano "olhou as fotos aeroespaciais da Base da Força Aérea de Anderson, do Porto de Apra e de outras grandes bases militares dos EUA, tiradas do céu sobre Guam, no Pacífico, recebidas às 09h21 (hora local) de 22 de novembro", disse a KCNA.

Seul reagiu anunciando a suspensão parcial de um acordo militar assinado com Pyongyang em 19 de setembro de 2018 para reduzir as tensões ao longo da fronteira intercoreana altamente segura, em particular criando "zonas tampão" marítimas. Essa suspensão não pôde ser notificada diretamente a Pyongyang porque "as linhas de comunicação com a Coreia do Norte foram cortadas", disse um porta-voz do governo sul-coreano à AFP. O lançamento do satélite também foi condenado pelos Estados Unidos, pelo Japão e pelas Nações Unidas.

Ajuda de Moscou?

Após dois lançamentos fracassados, Seul acredita que esse lançamento bem-sucedido pode ter sido realizado com a ajuda de Moscou. Após a cúpula entre Kim Jong-un e Vladimir Putin em setembro no cosmódromo de Vostotchny, o coração do programa espacial russo, o lançamento norte-coreano programado para outubro foi adiado.

Isso finalmente aconteceu uma semana antes de a Coreia do Sul lançar seu primeiro satélite espião, de acordo com um contrato com a empresa americana SpaceX. O país planeja colocar cinco desses satélites em órbita até 2025, para poder monitorar seu vizinho turbulento em tempo real.

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