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Conheça o vilarejo em Israel onde israelenses e palestinos vivem em um "oásis de paz"

Nevé Shalom e Wahat as Salam significam "Oásis da Paz" em hebraico e árabe. Neste pequeno vilarejo situado entre Tel Aviv e Jerusalém, cidadãos israelenses e palestinos vivem juntos e trabalham pela igualdade de direitos e entendimento entre os dois povos.

Neve Shalom em hebraico e Wahat as Salam em árabe, o vilarejo onde israelenses e palestinos vivem em paz. (Foto de 2016)
Neve Shalom em hebraico e Wahat as Salam em árabe, o vilarejo onde israelenses e palestinos vivem em paz. (Foto de 2016) picture alliance via Getty Image - picture alliance
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Boris Vichith e Cléa Broadhurst, enviados especiais da RFI

Apesar da guerra entre Israel e o Hamas, que aumenta a tensão entre os dois lados, os habitantes do vilarejo se esforçam para manter o diálogo. Cerca de 70 famílias judaicas e árabes vivem no local, todas com cidadania israelense.  

Criado em 1969, o vilarejo foi fundado por Bruno Hussar, frade dominicano de origem judaica, que morreu em 1996, em Jerusalém. Dez anos depois, uma escola bilíngue - alvo de incêndios criminosos nos últimos anos- foi inaugurada no local.

A Escola da Paz proporciona às crianças uma educação aberta a ambas as culturas. Também oferece encontros e seminários para jovens e adultos. Por este trabalho, o vilarejo recebeu a Medalha Buber-Rosenzweig em 1987 e o Prêmio Niwano da Paz em 1993

O israelense Yair mora no local há mais de vinte anos e seu objetivo é encontrar um modelo de entendimento entre os dois povos. "Dobramos as bandeiras de Israel para virmos morar aqui", conta. 

Para Samah, israelense e palestina, a vida no vilarejo mostra que a paz é possível. "Essa guerra pode ser comparada a um choque elétrico e nos revela a fragilidade  da paz e da democracia. É preciso trabalhar para mantê-las. Este trabalho é diário, e por isso devemos manter o diálogo”, diz. "Prefiro conviver com meus vizinhos em paz, democraticamente, iguais, com os mesmos direitos. Mas isso não é fácil durante as guerras”, completa, acrescentando que não se sente mais segura em seu país.

"Fui a um supermercado em uma cidade judaica aqui perto e fiquei chocada ao ver que um grande número de pessoas têm armas. Elas podem me matar se alguém se sentir ameaçado pela minha aparência. Não me atrevi a atender o telefone enquanto falava árabe porque tudo pode acontecer. E quando as pessoas estão com medo e armadas, você está em perigo. É aterrorizante ", disse.

"Temos que entender os dois lados"

Elanit é israelense e tenta achar as palavras certas para explicar a situação para seus filhos, que estudam na Escola da Paz. "O que aconteceu mostrou ao mundo que as pessoas podem ser desumanas quando odeiam. Se você quer ser humano, você tem que entender os dois lados. Os palestinos têm de compreender os israelenses e vice-versa", ressalta.

Mesmo abalada pelos acontecimentos, ela está convencida de que um dia haverá novamente a esperança de que um acordo entre israelenses e palestinos será possível, assim como Yair, outro habitante do "oásis da paz".  "A dor é imensa, para mim e para as crianças de Gaza. Odiar é muito mais fácil do que amar... »

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