"Como garantir a segurança dos palestinos?", questiona imprensa francesa sob anúncio de megaofensiva israelense
Uma semana depois do ataque espetacular do grupo Hamas contra Israel, realizado sábado passado (7), o conflito na Faixa de Gaza continua a ocupar a capa de todos os jornais franceses. O drama daqueles que foram feitos reféns pelo grupo armado e a escalada de violência dividem as páginas com análises sobre a situação limite entre os dois Estados, criando uma guerra anunciada.
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"Em Gaza, um inferno", sintetiza a capa do Libération desta sexta-feira (13), lembrando que o conflito já fez mais de 1,4 mil mortos. "Uma armadilha interminável", continua o jornal francês, descrevendo que, com o aumento da violência entre Israel e o Hamas, os cidadãos de Gaza estão ainda - e sempre - presos neste estreito território onde a paisagem alterna entre campos de refugiados, estufas de morangos e cidades que são incessantemente reconstruídas em função das guerras.
Enquanto uma solução diplomática ainda parece distante, a expectativa é que o destino da população civil de Gaza esteja no centro da atenção de atores internacionais, humanitários e políticos, e quando Israel prepara uma ofensiva terrestre para "aniquilar o Hamas e o Estado Islâmico", de acordo com o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu.
Mas como garantir a segurança dos civis em um território de 365 km², um dos mais densamente populosos do mundo, com mais de 2 milhões de habitantes, onde dezenas de quilômetros de galerias subterrâneas abrigam os combatentes e as armas do Hamas?, se pergunta o diário francês.
A mesma questão se faz Le Figaro: "como assegurar ajuda humanitária à população de Gaza?", em referência à proposta dos Estados Unidos e do Egito sobre a abertura de corredores humanitários.
Uma alternativa seria o ponto de passagem Rafah, ao sul do enclave palestino, recomenda o Comitê Internacional da Cruz Vermelha, em contato com as duas partes do conflito.
Essa seria a única abertura possível para os cidadãos reféns dos bombardeios, que, de acordo com a ONU, já provocaram o deslocamento de cerca de 320 mil habitantes.
No Cairo, a diplomacia se mobiliza para tentar encontrar uma solução para este "quebra-cabeça político-humanitário", descreve a publicação.
Franceses
Já o jornal Le Monde foca sua atenção para a condição dos franceses entre os reféns do Hamas. As autoridades francesas estimam 11 mortos e 18 desaparecidos, inclusive crianças. As informações ainda são provisórias, quando 80 mil franceses ou franco-israelenses são registrados nos serviços consulares da França em Israel.
Na noite de quinta-feira (12), o presidente francês, Emmanuel Macron, se dirigiu à população em cadeia nacional para garantir que "a França não abandonará seus filhos".
Além da preocupante situação dos franceses com a escalada de violência, Le Parisien destaca também o aumento da propagação nas redes sociais de ódio racial e apologia ao terrorismo, desde o início do conflito.
A plataforma do Ministério do Interior que identifica as publicações online ilícitas dobrou suas atividades desde sábado, principalmente devido a mensagens antissemitas e de apoio ao Hamas.
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