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"Como garantir a segurança dos palestinos?", questiona imprensa francesa sob anúncio de megaofensiva israelense

Uma semana depois do ataque espetacular do grupo Hamas contra Israel, realizado sábado passado (7), o conflito na Faixa de Gaza continua a ocupar a capa de todos os jornais franceses. O drama daqueles que foram feitos reféns pelo grupo armado e a escalada de violência dividem as páginas com análises sobre a situação limite entre os dois Estados, criando uma guerra anunciada.

Moradores da Faixa de Gaza perto de suas casas após os ataques israelenses, 12 de outubro de 2023.
Moradores da Faixa de Gaza perto de suas casas após os ataques israelenses, 12 de outubro de 2023. AP - Hatem Ali
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"Em Gaza, um inferno", sintetiza a capa do Libération desta sexta-feira (13), lembrando que o conflito já fez mais de 1,4 mil mortos. "Uma armadilha interminável", continua o jornal francês, descrevendo que, com o aumento da violência entre Israel e o Hamas, os cidadãos de Gaza estão ainda - e sempre - presos neste estreito território onde a paisagem alterna entre campos de refugiados, estufas de morangos e cidades que são incessantemente reconstruídas em função das guerras.

Enquanto uma solução diplomática ainda parece distante, a expectativa é que o destino da população civil de Gaza esteja no centro da atenção de atores internacionais, humanitários e políticos, e quando Israel prepara uma ofensiva terrestre para "aniquilar o Hamas e o Estado Islâmico", de acordo com o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu.

Mas como garantir a segurança dos civis em um território de 365 km², um dos mais densamente populosos do mundo, com mais de 2 milhões de habitantes, onde dezenas de quilômetros de galerias subterrâneas abrigam os combatentes e as armas do Hamas?, se pergunta o diário francês.

A mesma questão se faz Le Figaro: "como assegurar ajuda humanitária à população de Gaza?", em referência à proposta dos Estados Unidos e do Egito sobre a abertura de corredores humanitários.

Uma alternativa seria o ponto de passagem Rafah, ao sul do enclave palestino, recomenda o Comitê Internacional da Cruz Vermelha, em contato com as duas partes do conflito.

Essa seria a única abertura possível para os cidadãos reféns dos bombardeios, que, de acordo com a ONU, já provocaram o deslocamento de cerca de 320 mil habitantes.

No Cairo, a diplomacia se mobiliza para tentar encontrar uma solução para este "quebra-cabeça político-humanitário", descreve a publicação.

Franceses

Já o jornal Le Monde foca sua atenção para a condição dos franceses entre os reféns do Hamas. As autoridades francesas estimam 11 mortos e 18 desaparecidos, inclusive crianças. As informações ainda são provisórias, quando 80 mil franceses ou franco-israelenses são registrados nos serviços consulares da França em Israel.

Na noite de quinta-feira (12), o presidente francês, Emmanuel Macron, se dirigiu à população em cadeia nacional para garantir que "a França não abandonará seus filhos".

Além da preocupante situação dos franceses com a escalada de violência, Le Parisien destaca também o aumento da propagação nas redes sociais de ódio racial e apologia ao terrorismo, desde o início do conflito.

A plataforma do Ministério do Interior que identifica as publicações online ilícitas dobrou suas atividades desde sábado, principalmente devido a mensagens antissemitas e de apoio ao Hamas.

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