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Supertufão Saola paralisa Hong Kong; voos são cancelados e volta às aulas é adiada

O supertufão Saola, que se aproxima da costa da China na sexta-feira (1°), pode ser “o mais poderoso” a atingir a região de Hong Kong em mais de 70 anos, ameaçando dezenas de milhões de residentes nas megacidades de Hong Kong e Shenzhen, já afetadas.

Hong Kong fechou escolas, paralisou as operações no aeroporto e cancelou as negociações na bolsa de valores nesta sexta-feira (1°), devido à aproximação do supertufão Saola da costa meridional da China.
Hong Kong fechou escolas, paralisou as operações no aeroporto e cancelou as negociações na bolsa de valores nesta sexta-feira (1°), devido à aproximação do supertufão Saola da costa meridional da China. REUTERS - TYRONE SIU
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Com um possível impacto direto em Hong Kong, as autoridades aumentaram o nível de alerta de T8, para T10, um alerta máximo emitido apenas 16 vezes desde a Segunda Guerra Mundial.

“Saola pode tornar-se no tufão mais forte desde 1949 a atingir o Delta do Rio das Pérolas”, que inclui várias cidades importantes como Hong Kong, Guangzhou, Shenzhen e Macau, afirmou o Centro Meteorológico Nacional na rede social Weibo.

Nesta sexta-feira, o Saola estava a 140 km a leste-sudeste de Hong Kong, com ventos de 210 km/h. O supertufão poderá contornar o território a menos de 50 km ao sul e causar uma tempestade ao redor do Porto Victoria, segundo comunicado do observatório meteorológico da cidade.

Risco de “inundações graves” 

“Pode haver inundações graves”, disse o documento, acrescentando que as zonas costeiras orientais poderão registar níveis de água semelhantes aos causados ​​pelo tufão Mangkhut em 2018, quando mais de 300 pessoas ficaram feridas em Hong Kong. Na China continental, afetou mais de três milhões de pessoas nas províncias do sul, matando seis moradores.

As ruas de Hong Kong estavam desertas nesta sexta-feira, com exceção de alguns habitantes em busca de compras de última hora para o fim de semana, como Lee, acompanhada por sua filha pequena. Segundo ela, o governo fez a escolha certa ao adiar o início do ano letivo.

“Se atingir [nível de alerta T10], poderá haver interrupções no trânsito. É melhor esperar até que isso acabe antes de mandar as crianças para a escola”, concordou em entrevista à agência AFP.

As vitrines das lojas e das empresas e residências foram protegidas com fita adesiva, enquanto os prédios de escritórios próximos ao Victoria Harbour bloquearam as portas para tentar impedir a entrada de água.

Paralisação generalizada 

A Autoridade Aeroportuária de Hong Kong anunciou o cancelamento de mais de 300 voos na sexta-feira. A Bolsa de Valores anunciou nesta sexta-feira o cancelamento dos “pregões matinais para todos os mercados”.

Na China continental, a província de Guangdong declarou emergência de nível máximo em relação aos ventos.

Shenzhen ordenou o fechamento de escritórios, empresas e mercados na parte da tarde. Apesar disso, os mercados da cidade, que tem 17,7 milhões de habitantes, continuaram muito movimentados.

“As pessoas estão correndo para estocar suprimentos de última hora”, disse Lu Yiming, dono de uma loja na cidade.

Dezenas de entregadores enfrentaram ventos fortes e chuva para chegar aos moradores que estavam abrigados em suas casas.

“Vou trabalhar até achar que é muito perigoso”, disse Chai Jijie, 22 anos, entregador. “As pessoas não querem sair, mas querem ter alimentos, e outros produtos. Temos recebido muitos pedidos de entrega", contou.

Todos os transportes públicos em Shenzhen cessarão o serviço à noite, enquanto os trens de e para Guangdong serão suspensos da noite de sexta-feira até o fim da tarde de sábado (2).

As autoridades de Macau, território vizinho de Hong Kong, estão considerando a possibilidade de emitir um alerta de nível T8 no sábado.

Novas inundações alagam a região central da China e tufão avança.
Novas inundações alagam a região central da China e tufão avança. REUTERS - ALY SONG

Ondas mais intensas 

Por outro lado, os surfistas aproveitaram os ventos que já atingiam os 63 km/h para encarar as enormes ondas geradas pela aproximação do tufão a Hong Kong.

Numa aldeia rebaixada no distrito de Lei Yue Mun, local propenso a inundações, a água já subiu, se infiltrando nas lojas, onde sacos de areia são usados para bloquear as portas.

"Espero que possamos manter as ferramentas necessárias para o nosso negócio, como a geladeira. Nós as elevamos para que a água não danifique", disse um dono de um restaurante.

O sul da China é frequentemente atingido por tufões que se formam nos oceanos quentes a leste das Filipinas no verão e no outono, e depois se deslocam para oeste.

Embora possam perturbar temporariamente cidades como Hong Kong e Macau, os tufões causam muito menos mortes e danos, graças a normas de construção mais rigorosas e a melhores sistemas de gestão de inundações.

As alterações climáticas aumentaram a intensidade das tempestades tropicais, dizem os especialistas, com mais chuvas e rajadas mais fortes levando a inundações repentinas e danos costeiros.

(Com AFP)

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