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Universidade é destruída por bombardeio russo na Ucrânia

Um ataque russo ao centro de Chernigov, norte da Ucrânia, deixou pelo menos sete mortos e dezenas de feridos, horas depois que o presidente russo, Vladimir Putin, se reuniu com generais do Exército. Quase ao mesmo tempo, sonda Luna-25 que já havia fotografado a superfície da lua, mas um incidente ocorreu neste sábado (19) durante uma manobra antes do pouso do equipamento, disse a agência espacial russa Roscosmos, alegando estar "atualmente analisando a situação".

Bombeiros ao lado do teatro Chernihiv danificado por um ataque russo, sábado, 19 de agosto de 2023.
Bombeiros ao lado do teatro Chernihiv danificado por um ataque russo, sábado, 19 de agosto de 2023. AP - Efrem Lukatsky
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"Um míssil russo atingiu o centro da cidade, em nossa Chernigov", escreveu o presidente ucraniano Volodimir Zelensky no Telegram. Chernigov está localizada a cerca de 150 km ao norte de Kiev e perto da fronteira com Belarus, aliado da Rússia.

"Uma praça, a universidade politécnica e um teatro. Um sábado qualquer que a Rússia transformou num dia de dor e perda. Há mortos, há feridos", lamentou Zelensky, que viajou à Suécia neste fim de semana.

O ataque matou pelo menos sete pessoas e "90 feridos solicitaram assistência médica", explicou o ministro do Interior ucraniano, Igor Klimenko, que especificou que "25 pessoas foram hospitalizadas". 

O novo bombardeio também acontece após as forças ucranianas também anunciaram que destruíram "15 drones russos" durante a noite de sexta para sábado. Tanto a Rússia quanto a Ucrânia costumam realizar ataques de drones contra alvos militares, mas também civis.

Os militares russos afirmaram que frustraram um ataque de mísseis ucranianos na península da Crimeia, no mar Negro, anexada por Moscou em 2014. Também disseram que impediram o ataque de um drone ucraniano a um aeródromo militar na região de Novgorod, no noroeste da Rússia, longe da fronteira com a Ucrânia.

Além disso, afirmaram que "eliminaram" cerca de 150 soldados ucranianos que tentavam atravessar o rio Dnieper, a linha da frente no território do sul da Ucrânia, onde as forças de Kiev tentavam penetrar nas defesas russas.

Reunião de Putin e comandantes 

O bombardeio ocorreu depois que Putin se reuniu com os comandantes do Exército em Rostov-on-Don, perto da fronteira ucraniana, disse o Kremlin. A agência RIA Novosti publicou um vídeo do presidente russo, vestido de terno, saindo de um veículo no escuro e sendo recebido com um aperto de mãos pelo chefe do Estado-Maior, Valeri Gerasimov, em traje militar.

Rostov-on-Don, centro operacional da ofensiva russa na Ucrânia, foi palco de uma rebelião do grupo mercenário Wagner no final de junho, que assumiu brevemente o quartel-general da cidade.

Desde então, o general Gerasimov, muito criticado por Yevgeny Prigozhin, chefe do Wagner, quase não foi visto em público.  Os deslocamentos de Putin nos arredores do fronte são pouco comuns.

Sonda russa perde controle

"Às 14h10 (hora da Rússia), um pulso foi emitido para transferir a sonda para a órbita pré-aterrissagem lunar", explicou a agência em um comunicado. 

“Durante a operação, ocorreu uma situação de emergência a bordo da estação automática (lunar), que não permitiu que a manobra fosse realizada com os parâmetros especificados”, acrescentou.

A primeira sonda lunar russa lançada em quase 50 anos, a Luna-25, foi colocada com sucesso em órbita lunar na quarta-feira (16), depois de decolar na noite de 10 para 11 de agosto do Extremo Oriente russo.

Em seu comunicado de imprensa, a Roscosmos não indicou no sábado se este incidente atrasaria o pouso lunar da sonda agendada para segunda-feira (21) ao norte da cratera Bogouslavsky, no pólo sul lunar. Em junho passado, o chefe da Roscosmos, Yuri Borissov, admitiu ao presidente Vladimir Putin que a missão Luna-25 era "arriscada".

"A probabilidade de sucesso desse tipo de missão é estimada em cerca de 70%", disse ele sobre a sonda que pesa quase 800 quilos.

A missão pretende dar um novo impulso ao setor espacial russo, que há anos se debate com problemas de financiamento e escândalos de corrupção, e agora isolado devido ao conflito na Ucrânia. Vladimir Putin prometeu continuar o programa espacial russo apesar das dificuldades do setor, tomando como exemplo o envio pela URSS do primeiro homem ao espaço em 1961.

O lançamento do foguete Soyuz 2.1b transportando a missão russa Luna-25, em 11 de agosto de 2023.
O lançamento do foguete Soyuz 2.1b transportando a missão russa Luna-25, em 11 de agosto de 2023. AFP - HANDOUT

(Com AFP)

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