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Polônia e Hungria instauram nova crise dos cereais ucranianos; UE julga situação 'inaceitável'

A decisão da Polônia e da Hungria de proibir as importações de cereais ucranianos, acusados ​​de desestabilizarem os mercados agrícolas, "não é aceitável", decidiu nesta segunda-feira (17) a Comissão Europeia. A União Europeia revelou "considerar" um segundo pacote de ajuda aos agricultores dos países afetados pela suspensão de impostos para importações da Ucrânia. 

Alegando querer proteger seus agricultores, Budapeste e Varsóvia anunciaram no sábado (15) que proibiriam as importações de cereais e outros produtos agrícolas da Ucrânia até 30 de junho.
Alegando querer proteger seus agricultores, Budapeste e Varsóvia anunciaram no sábado (15) que proibiriam as importações de cereais e outros produtos agrícolas da Ucrânia até 30 de junho. Hugh RUTHERFORD WFP/AFP
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A União Europeia suspendeu em maio de 2022, por um ano, as tarifas aduaneiras sobre todos os produtos importados da Ucrânia e se organizou para permitir a exportação de seus estoques de cereais após o encerramento das rotas marítimas no Mar Negro, desde a invasão do país pela Rússia.

Os Estados europeus vizinhos viram um aumento na chegada de milho, trigo e sementes de girassol da Ucrânia, causando a saturação dos celeiros devido a problemas logísticos e à queda dos preços locais - levando a protestos de agricultores e à renúncia do ministro da Agricultura polonês.

Alegando querer proteger seus agricultores, Budapeste e Varsóvia anunciaram no sábado (15) que proibiriam as importações de cereais e outros produtos agrícolas da Ucrânia até 30 de junho.

A Comissão Europeia declarou ter "solicitado informações adicionais às autoridades competentes para poder avaliar estas medidas", principalmente sobre sua base legal. "É importante frisar que a política comercial é de competência exclusiva da UE, e que ações unilaterais não são admissíveis", insistiu a porta-voz do executivo europeu, Miriam Garcia Ferrer.

“Nestes tempos difíceis, é crucial coordenar e alinhar todas as decisões dentro da UE”, ela acrescentou.

Aumento de 88%

Na Polônia, a proibição se aplica à importação de cereais, açúcar, carnes, frutas e legumes, leite, ovos e outros produtos alimentares. Para a Hungria, são cereais, oleaginosas e diversos outros produtos.

Em 2022, o valor das importações europeias de produtos agrícolas ucranianos aumentou 88% (para € 13 bilhões), impulsionadas sobretudo pelos cereais, que tiveram suas importações aumentadas em dez vezes (em volume) de trigo ucraniano, de acordo com dados da UE.

O Ministério da Política Agrícola da Ucrânia "lamentou" a decisão de Varsóvia no sábado. "Os agricultores poloneses estão enfrentando uma situação difícil, mas os agricultores ucranianos estão enfrentando a situação mais grave", comparou ele.

Em 20 de março, Bruxelas ofereceu € 56,3 milhões da reserva de crise agrícola da UE para apoiar agricultores desestabilizados na Polônia, Romênia e Bulgária. Mas no final de março, cinco países (Polônia, Eslováquia, Hungria, Romênia e Bulgária) solicitaram ajuda adicional “para apoiar os produtores agrícolas que sofreram perdas”.

"Estamos ponderando sobre um segundo pacote [de ajuda], está em discussão", assegurou Miriam Garcia Ferrer, afirmando que Bruxelas "estava considerando o impacto (...) nos países da linha da frente".

(Com informações AFP)

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