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Páscoa ortodoxa é marcada por perseguição aos cristãos em Jerusalém

Parte dos cristãos celebram neste domingo (16) a Páscoa ortodoxa. Em Israel, a data é marcada pelo ritual do “fogo sagrado”, na Basílica do Santo Sepulcro. Mas os fiéis de Jerusalém denunciam uma perseguição cada vez mais intensa do Estado Hebreu, que limita a realização dos ritos, alegando questões de segurança.

A comunidade cristã organiza, na Basílica do Santo Sepulcro, o ritual do “fogo sagrado”, que marca a celebração da Páscoa Ortodoxa (imagem de arquivo)
A comunidade cristã organiza, na Basílica do Santo Sepulcro, o ritual do “fogo sagrado”, que marca a celebração da Páscoa Ortodoxa (imagem de arquivo) REUTERS/Ammar Awad
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Com informações do correspondente da RFI em Jerusalém, Sami Boukhelifa

Parado na entrada de sua igreja na Cidade Velha de Jerusalém, Majed lista os muitos ataques que atingiram a comunidade cristã nos últimos meses. Segundo ele, um cemitério foi profanado, uma igreja vandalizada, e inscrições racistas foram vistas na entrada de um mosteiro.

Ele próprio afirma ter sido atacado por judeus extremistas. “Aconteceu várias vezes comigo. Eles cuspiram em mim, gritaram ‘morte aos cristãos’, jogaram spray de pimenta e me insultaram”, conta.

Segundo Majed, os ataques são cada vez mais frequentes em Israel por causa da impunidade. “As autoridades e a polícia israelenses não estão fazendo absolutamente nada para impedir esses extremistas. Então, como não prestam contas a ninguém, não têm medo de ninguém, fazem o que querem”.

Miran confirma as denúncias de Majed. O restaurante deste cristão de Jerusalém foi vandalizado por jovens judeus em janeiro. Tudo foi filmado, a polícia interveio, mas desde então nada aconteceu. “Até o momento, ninguém foi preso e não recebemos nenhuma indenização. Mas, ao mesmo tempo, você tem ministros de extrema direita que estão no governo e que, de certa forma, encorajam tudo isso”, acusa.

Esta semana, enquanto os cristãos se preparavam para celebrar a Páscoa ortodoxa, judeus foram filmados cuspindo em freiras, o que irritou ainda mais parte da população.

Acesso restrito

A Igreja ortodoxa grega havia denunciado durante a semana as "restrições "autoritárias" e "excessivas" impostas pelas autoridades israelenses para a celebração da Páscoa e, principalmente, durante o “fogo sagrado”, que acontece neste sábado (15). Alegando razões de segurança, a polícia anunciou restrições para esta cerimônia, limitando o número de participantes dentro da igreja a apenas 1.800 pessoas. A Basílica do Santo Sepulcro, onde acontece o ritual, está situada na Cidade Velha de Jerusalém, no setor palestino ocupado e anexado por Israel.

Este rito milenar, símbolo de eternidade, paz e renovação, é celebrado por peregrinos, principalmente da Europa Oriental, mas também da comunidade ortodoxa palestina da Terra Santa.

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