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Conselho de Segurança da ONU condena situação em Mianmar e pede libertação de Aung San Suu Kyi

Demorou quase dois anos desde o golpe militar em fevereiro de 2021 para o Conselho de Segurança das Nações Unidas votar, nesta quarta-feira (21), uma resolução sobre a situação em Mianmar e exigir a libertação de Aung San Suu Kyi. O dossiê birmanês foi levado pelo Reino Unido à ONU, e mesmo as ameaças de veto da China e Rússia não impediram a aprovação de uma resolução do Conselho, texto de maior peso nas Nações Unidas.

Conselho de Segurança da ONU aprova resolução contra junta birmanesa, em 21 de dezembro de 2022.
Conselho de Segurança da ONU aprova resolução contra junta birmanesa, em 21 de dezembro de 2022. AP - Seth Wenig
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Com a correspondente da RFI em Nova York, Carrie Nooten

Até então, os 15 membros do Conselho de Segurança da ONU se contentaram apenas com declarações formais, o que enfraquecia a mensagem final. Finalmente eles mostraram uma firme unidade em relação à junta birmanesa com a resolução.

O Conselho de Segurança não hesitou desta vez: pediu o fim da violência, respeito pelos direitos humanos, a libertação de todos os presos políticos, incluindo a ex-líder Aung San Suu Kyi e o presidente Win Myint.

China e Rússia simplesmente se abstiveram, o que permitiu que o texto fosse validado. A Índia, outro país vizinho de Mianmar, também se absteve. O documento é fruto de muito trabalho e paciência dos diplomatas da Grã-Bretanha. Mas a resolução foi exigida principalmente pelos países asiáticos membros da Asean (Associação das Nações do Sudeste Asiático), de acordo com a embaixadora britânica Barbara Woodward.

"O que mudou? A situação em Mianmar está cada vez pior. Assassinatos arbitrários, bombardeios aéreos, abusos dos direitos humanos. Está ficando cada vez mais claro para o resto do mundo que isso está tendo um efeito desestabilizador na região. E é por isso que estamos vendo uma posição cada vez mais forte da Asean. E as conclusões da cúpula da Asean, que exortaram o Conselho de Segurança da ONU a agir, tiveram um impacto decisivo”, ela afirmou.

Primeira resolução sobre Mianmar desde 1948

O Conselho reafirmou, assim, seu apoio à Asean, e também pediu ao secretário-geral da ONU ou seu enviado que produza um relatório até 15 de março de 2023. É a primeira resolução sobre Mianmar adotada pelo Conselho desde 1948.

Além disso, o Camboja anunciou que uma reunião "informal" será realizada em Bangcoc nesta quinta-feira (22) para tentar resolver a crise na presença do enviado regional da Asean e do ministro das Relações Exteriores da junta birmanesa.

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