Acessar o conteúdo principal

Cada vez mais criticado por ofensiva na Ucrânia, Putin é alvo de pedidos de destituição

Enquanto as forças ucranianas avançam em uma contraofensiva que vem recuperando cada vez mais seu território e empurrando os soldados russos em direção à fronteira, a estratégia de Vladimir Putin começa a ser criticada em seu próprio campo. Vereadores em Moscou e São Petersburgo chegaram a pedir a destituição do presidente.

Vladimir Putin é cada vez mais contestado pelos russos.
Vladimir Putin é cada vez mais contestado pelos russos. © MIKHAIL KLIMENTYEV, SPUTNIK VIA AFP
Publicidade

O Kremlin minimiza as ações recentes de Kiev, que obrigaram os soldados russos a recuar no nordeste ucraniano, mas também no Donbass, ao sudeste, zona que estava nas mãos dos separatistas pró-russos há oito anos. A Ucrânia celebra a tomada de dezenas de cidades, mas Moscou insiste que a retirada de suas tropas na região de Donetsk é estratégica.

Em meio a essa guerra de narrativas, críticas cada vez mais explícitas à ofensiva de Moscou começam a surgir do lado russo da fronteira. Algumas delas, partindo de representantes políticos, visam diretamente o presidente Vladimir Putin.

Na semana passada, vereadores de São Petersburgo e Moscou pediram abertamente a destituição do chefe de Estado. Na capital, vereadores assinaram um texto no qual não faziam referência explícita à guerra na Ucrânia. No entanto, o documento pedia claramente a saída do presidente, acusado de mergulhar a Rússia novamente na Guerra Fria.

Em São Petersburgo a iniciativa é mais enfática. Em uma carta enviada à Douma, a Câmara Baixa do Parlamento, os vereadores apontam que, segundo a Constituição, Putin pode ter que deixar o cargo por traição.

O documento cita as perdas de vidas, o impacto na economia, a progressão da Otan em direção ao Leste e a chamada “fuga de cérebros” russos em direção ao Oeste. Alguns dos autores do texto chegaram a ser convocados pela polícia para dar explicações.

No entanto, essas iniciativas têm poucas chances de provocar a queda de Putin. Por outro lado, elas revelam o cansaço da população diante de uma ofensiva militar que já dura mais de seis meses sem obter os resultados prometidos.

Até nacionalistas contestam

Outra contestação que chamou a atenção foi a do dirigente checheno Ramzan Kadyrov que, em uma mensagem divulgada via Telegram, criticou o fracasso das forças russas na Ucrânia. “Se nada mudar na conduta das operações, serei obrigado a ir explicar o que está acontecendo ao poder russo”, disse o líder, cuja república é membro da Federação Russa e que enviou tropas para ajudar as forças de Moscou em solo ucraniano.

O mesmo tom começa a ser ouvido entre alguns nacionalistas russos. É o caso de Igor Guirkine, ex-membro do serviço secreto russo, que criticou a falta de meios enviados à Ucrânia e a ausência de mobilização geral na Rússia. 

NewsletterReceba a newsletter diária RFI: noticiários, reportagens, entrevistas, análises, perfis, emissões, programas.

Acompanhe todas as notícias internacionais baixando o aplicativo da RFI

Compartilhar :
Página não encontrada

O conteúdo ao qual você tenta acessar não existe ou não está mais disponível.