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Funeral de Daria Dugina reúne centenas em Moscou; próximo a Putin, seu pai seria o alvo do atentado

Centenas de pessoas compareceram nesta terça-feira (23) em Moscou ao funeral de Daria Dugina, filha de um importante intelectual ultranacionalista russo, assassinada em um atentado com bomba, uma ação que a Rússia atribui à Ucrânia. Kiev nega qualquer responsabilidade na morte de Dugina e rebate a acusação russa.

Centenas de pessoas compareceram ao velório de Daria Dugina, em Moscou, nesta terça-feira, 23 de agosto de 2022.
Centenas de pessoas compareceram ao velório de Daria Dugina, em Moscou, nesta terça-feira, 23 de agosto de 2022. REUTERS - MAXIM SHEMETOV
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Alexander Dugin, um defensor da invasão da Ucrânia que afirma ser próximo ao presidente russo, Vladimir Putin, poderia ser o alvo do ataque que matou sua filha de 29 anos.

O funeral acontece em um salão do centro Ostankino TV de Moscou, onde uma foto de Dugina foi posicionada diante do caixão aberto. Dugin e sua esposa sentaram ao lado do caixão da filha. "Ela morreu pelo povo, pela Rússia, no front. O front é aqui", afirmou Dugin no início da cerimônia.

Explosão

A jornalista Daria Dugina morreu no sábado (20) na explosão de uma bomba instalada em seu veículo, quando dirigia por uma avenida a 40 quilômetros de Moscou. Ela era uma figura com grande presença em canais de televisão pró-Kremlin, como Russia Today e Tsargrad.

De acordo com parentes, citados por agências de notícias russas, seu pai, Alexander Dugin, de 60 anos, seria o alvo da explosão, e sua filha Daria pegou o carro emprestado para esse deslocamento.

A Rússia acusou os serviços de Inteligência ucranianos pelo ataque, o que o governo da Ucrânia nega.

Dugin, de 60 anos, se tornou conhecido nos anos 1990, durante o caos intelectual que surgiu após a dissolução da União Soviética. Ele havia sido um dissidente anticomunista nos últimos anos da URSS. O intelectual de longa barba e ar de profeta afirma ter influência ideológica sobre Putin.

O chefe de Estado russo se tornou cada vez mais hostil em relação ao Ocidente e muitos consideram que Dugin tem alguma responsabilidade na mudança.

Kremlin condecora jornalista

Vladimir Putin nunca o apoiou publicamente, mas nesta segunda-feira (22) o Kremlin divulgou uma mensagem de pêsames do presidente, em que denunciou o "crime vil" que matou Dugina. Putin também a condecorou postumamente com a Ordem da Coragem, uma importante condecoração.

Promotor do "eurasismo", doutrina imperialista que defende uma aliança entre a Europa e a Ásia, sob liderança russa, Alexander Dugin é alvo de sanções da União Europeia desde 2014. Personalidade da mídia e poliglota, ele é influente em parte da extrema direita europeia.

Apelidado por alguns meios de comunicação de "cérebro de Putin", Dugin às vezes é apresentado como próximo ao presidente russo, mas muitos observadores colocam em perspectiva sua influência no Kremlin.

(Com informações da AFP)

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