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Imprensa francesa analisa editorial de Biden no NYT sobre a guerra na Ucrânia

A estreita relação de Washignton com a guerra na Ucrânia recebe especial atenção da mídia francesa nesta quarta-feira (1°), principalmente depois da publicação de um artigo de opinião assinado pelo presidente Joe Biden no New York Times desta terça-feira (31).

Em artigo autoral no New York Times, o presidente americano, Joe Biden, anuncia o envio de armas avançadas e de longo alcance à Ucrânia, além de ratificar a posição dos EUA no conflito.
Em artigo autoral no New York Times, o presidente americano, Joe Biden, anuncia o envio de armas avançadas e de longo alcance à Ucrânia, além de ratificar a posição dos EUA no conflito. REUTERS - JOSHUA ROBERTS
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O diário Le Monde analisa como o ocupante da Casa Branca decidiu "pegar a caneta" para melhor explicar sua estratégia de apoio à Ucrânia – do fornecimento de armas à ajuda financeira –, ainda que ele deixe claro em seu texto que só o diálogo entre Kiev e Moscou poderá colocar fim ao conflito.

O presidente americano reafirma o interesse dos Estados Unidos em uma “Europa estável e pacífica”, apoiando os aliados a fortalecerem as sanções contra a Rússia, a consolidação da Otan, com as candidaturas da Suécia e da Finlândia e, finalmente, auxílio às tropas ucranianas, simbolizado pelo pacote de US$ 40 bilhões votado pelo Congresso.

Um parágrafo no editorial redigido por Biden é particularmente importante e afirma que o objetivo é acabar com a especulação sobre “desejos silenciados”, do lado americano, de mudança de regime na Rússia. Especulações que o próprio Joe Biden havia mantido em Varsóvia no final de março, declarando que Vladimir Putin "não poderia ficar no poder".

Le Figaro destaca que, ao lado do apoio diplomático, acontece o fornecimento de mísseis e munições mais avançados aos combatentes ucranianos, permitindo atingir com mais precisão os principais alvos no campo de batalha na Ucrânia.

Himars

O anúncio diz respeito ao Himars (High Mobility Artillery Rocket System), um sistema de lançador de foguetes móvel - montado em estrutura leve - que pode disparar diversos mísseis ao mesmo tempo. Os exércitos russo e ucraniano já usam ferramentas semelhantes, mas os sistemas americanos Himars têm maior alcance e precisão.

Os modelos que serão entregues a Kiev desta vez podem atingir alvos a cerca de 80 quilômetros de distância, de acordo com um alto funcionário da Casa Branca. Washington deixa claro, no entanto, que o exército ucraniano não poderá disparar contra alvos em território russo.

Especialistas ouvidos pelo Le Parisien afirmam que os Himars podem mudar o equilíbrio de poder militar no terreno, enquanto o exército ucraniano parece estar recuando no Donbass diante do poder de fogo de Moscou.

Em seu artigo desta quarta-feira, Les Echos sublinha como Biden espera convencer que os Estados Unidos não estão travando uma “guerra por procuração” contra Moscou. Uma preocupação do presidente americano após suas declarações de que Vladimir Putin "não poderia ficar no poder" ou após vazamentos na imprensa americana sobre a importância da inteligência americana no conflito.

“Não estamos procurando uma guerra entre a Otan e a Rússia”, assegura Joe Biden em seu texto. “Embora eu discorde de Putin e considere suas ações ultrajantes, os Estados Unidos não tentarão forçar sua deposição em Moscou”, esclarece.

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