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Papa diz que guerra é um “sacrilégio”, mas mantém diálogo com Igreja Ortodoxa Russa, que apoia Putin

O Papa Francisco fez um apelo pelo fim dos conflitos na Ucrânia neste domingo (20). Durante a cerimônia do Angelus no Vaticano, o sumo pontífice pediu a mobilização da comunidade internacional. O líder religioso chegou a ser criticado desde o início da guerra por sua posição ambígua. Apesar de chamar a atenção para a situação humanitária do povo ucraniano, ele tenta manter um diálogo com a Igreja Ortodoxa Russa, dirigida por um aliado de Vladimir Putin.

Papa Francisco falou sobre a guerra na Ucrânia durante cerimônia no Vaticano: "Tudo isso é desumano", disse o sumo pontífice.
Papa Francisco falou sobre a guerra na Ucrânia durante cerimônia no Vaticano: "Tudo isso é desumano", disse o sumo pontífice. via REUTERS - VATICAN MEDIA
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"Imploro a todos os atores da comunidade internacional para que se empenhem de verdade para colocar fim nessa guerra repugnante”, declarou o sumo pontífice, sob os aplausos dos fiéis reunidos na Praça São Pedro, em Roma. "É um massacre sem sentido, que repete diariamente horrores e atrocidades, e não existe justificativa para isso", disse o papa ou descrever a situação na Ucrânia.

Em seu discurso, o líder religioso relatou o encontro que teve recentemente com ucranianos que se refugiaram na Itália. “Eu fui visitar crianças, feridas, que estão aqui em Roma. Um deles não tinha um braço. O outro tinha a cabeça machucada. São crianças inocentes (...) Tudo isso é desumano. É um sacrilégio”, denunciou.

Desde o início da guerra na Ucrânia, o Vaticano manteve um delicado equilíbrio diplomático na esperança de mediar entre as partes: continuar o diálogo com a Igreja Ortodoxa Russa sem parecer trair os milhões de católicos ucranianos.

Francisco se limita aos apelos pela paz, sem fazer alusão direta à Rússia. Desde 6 de março, o sumo pontífice fala claramente de uma guerra, mas não cita Moscou. Nessa quarta-feira (16), ele criticou "o inaceitável ataque armado" e o "massacre de inocentes" e, usando como exemplo o personagem bíblico de Caim, que matou seu irmão Abel, deplorou o "perverso abuso de poder".

O Vaticano é forçado a desempenhar a difícil posição de equilibrista. Enquanto condena moralmente a guerra, preserva a Rússia e a Igreja Ortodoxa liderada pelo Patriarca Kirill, um aliado do presidente Vladimir Putin.

Mas Francisco insiste em deixar a porta aberta para o diálogo religioso. Esta semana, durante uma videochamada com Kirill, o papa disse que a Igreja "deve evitar linguagem política" e pediu "esforços conjuntos para ajudar a paz".

Paralelamente, o Vaticano é muito ativo do ponto de vista humanitário e, por meio de suas redes, ajuda os refugiados e enviou dois cardeais à Ucrânia e suas fronteiras.

(Com informações da AFP)

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