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"Compartilhar riquezas", a nova estratégia de igualdade social na China

Alcançar a igualdade social antes da retomada do crescimento econômico é a nova meta do governo chinês. Pelo menos é o que afirma o presidente do país, Xi Jinping, que acaba de convocar seus compatriotas ricos a apertarem o cinto financeiro e compartilharem alguns de seus bens.

O presidente chinês, Xi Jinping. (AP Photo/Ebrahim Noroozi)
O presidente chinês, Xi Jinping. (AP Photo/Ebrahim Noroozi) AP - Ebrahim Noroozi
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Stéphane Lagarde, correspondente da RFI em Pequim

"Prosperidade comum" – ou "gòngtóng fùyù" em chinês –, esses quatro caracteres (共同 富裕) emprestados dos tempos de Mao Tsé-Tung estão na boca da elite vermelha desde que o presidente Xi Jinping os trouxe de volta para exigir um comprometimento dos cidadãos, e também das empresas, para alcançar uma economia mais igualitária.

Para o presidente chinês, os mais ricos terão que ajustar suas rendas consideradas excessivas em uma China que erradicou oficialmente a pobreza no ano passado, mas onde as desigualdades ainda permanecem.

As declarações também chegam em um cenário de declínio econômico. Desde o início da política de abertura ao capitalismo de Deng Xiaoping, as finanças nunca foram inimigas do poder chinês, muito pelo contrário. O crescimento da economia tem sido garantia de estabilidade em um país onde os governantes não têm a legitimidade das urnas.

As estratégias por uma imagem de igualdade social não são recentes. No início de 2010, por exemplo, líderes chineses pediram aos membros do Congresso que guardassem seus relógios suíços antes de participarem de programas de televisão, ou que os incorporadores imobiliários apagassem os termos em referência à opulência e ao luxo em seus anúncios. Nunca, no entanto, um esforço foi solicitado diretamente aos mais afortunados.

Herança maoísta

O apelo de Xi Jinping atende também ao contexto regulatório, visto que o Estado chinês embarcou em uma revolução digital para alinhar os monopólios das plataformas da Internet. E o cenário político, claro, não poderia deixar de ser contemplado com a medida: as declarações ancoram o chefe de Estado na herança maoísta e nas origens de um Partido Comunista Chinês, que está celebrando seu centenário neste verão asiático e que já se prepara para o Congresso Nacional do Partido de 2022.

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