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Peregrinação acaba em confusão e deixa pelo menos 44 mortos em Israel

Pelo menos 44 pessoas morreram na madrugada desta sexta-feira (30) em um tumulto ocorrido durante uma peregrinação judaica ortodoxa no Monte Meron, no norte de Israel, o maior evento desde o início da pandemia da Covid-19 no país.

Tumulto durante peregrinação deixa pelos menos 44 mortos em Israel
Tumulto durante peregrinação deixa pelos menos 44 mortos em Israel AFP - JALAA MAREY
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"Contamos 38 mortos no local, mas há outros no hospital", disse um dos porta-vozes do Magen, David Adom – o equivalente israelense da Cruz Vermelha. O hospital Ziv, um dos centros para onde foram transferidas as vítimas, disse ter registrado seis mortes, o que eleva o saldo para 44 óbitos.

No meio da noite, foram ouvidas sirenes de ambulâncias perto do local da tragédia, enquanto as equipes de resgate evacuavam os mortos e os feridos. De acordo com os urgentistas, uma arquibancada desabou e em seguida houve uma gigantesca "correria".

A peregrinação, que celebra o feriado judaico de Lag Baomer, ocorre em Meron, em torno do túmulo do Rabino Shimon Bar Yojai, um talmudista do século II que é creditado por escrever o Zohar, obra central do misticismo judaico.

As autoridades haviam permitido a presença de 10.000 pessoas no complexo, mas, segundo os organizadores, mais de 650 ônibus foram fretados em todo o país. A estimativa é de que 30.000 pessoas participaram do evento. A imprensa local estimou um fluxo de 100.000 pessoas.

A confusão teria ocorrido após a meia-noite, causando pânico e ligações para equipes de emergência que mobilizaram helicópteros para resgatar os feridos.

O exército israelense confirmou que enviou helicópteros para socorrer as vítimas. Segundo a polícia, que despachou 5 mil policiais para garantir a segurança do evento, ocorreram congestionamentos gigantescos nas estradas que levam ao norte do país.

Imagens publicadas nas redes sociais mostram uma procissão passando por uma multidão compacta e se aproximando de uma estrutura de metal, onde os devotos aparecem de pé em torno de uma fogueira.

As circunstâncias que geraram a confusão ainda não foram esclarecidas nesta sexta-feira, mas um socorrista no local, Yehuda Gottleib, que trabalha para o United Hatzalah, disse que viu homens "esmagados" e "inconscientes".

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu publicou um tuíte lamentando o "grande desastre no Monte Meron", pedindo à população que "orasse para salvar os feridos". Já o líder da oposição Yair Lapid disse estar acompanhando a evolução da situação com "ansiedade" e afirmou que Israel “ora pela cura dos sobreviventes."

Festival de La Baome

Dezenas de milhares de pessoas participaram da peregrinação anual no norte de Israel na noite de quinta para sexta-feira, o maior evento público no país desde o início da pandemia de Covid-19.

A Magen David Adom havia relatado anteriormente que várias pessoas sofreram desmaios devido ao calor, enquanto outras tiveram queimaduras provocadas por fogueiras, parte do ritual.

Em 2019, um ano antes da pandemia que levou ao cancelamento da peregrinação de 2020, os organizadores informaram que 250 mil pessoas compareceram ao local.

Desde dezembro, mais de cinco milhões de israelenses (53% da população) foram vacinados com as duas doses da vacina anticovid, em torno de 80% da população acima de 20 anos, segundo dados oficiais do país, que registraram 838 mil pessoas infectadas pelo coronavírus e 6.300 falecidos pelo vírus.

(Com informações da AFP)

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