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EUA afirmam que príncipe saudita "validou" assassinato do jornalista Khashoggi

Segundo os serviços de inteligência dos Estados Unidos em um relatório divulgado nesta sexta-feira (26), o príncipe herdeiro da Arábia Saudita, Mohammed bin Salman, teria "validado" o assassinato do jornalista saudita Jamal Khashoggi em 2018, executado de maneira brutal no consulado em Istambul, na Turquia.

Amigos do jornalista saudita Jamal Khashoggi seguram cartazes com sua foto em frente ao consulado da Arábia Saudita em Istambul, onde foi assassinado, no segundo aniversário de seu assassinato, em outubro de 2020.
Amigos do jornalista saudita Jamal Khashoggi seguram cartazes com sua foto em frente ao consulado da Arábia Saudita em Istambul, onde foi assassinado, no segundo aniversário de seu assassinato, em outubro de 2020. Ozan KOSE AFP/File
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Na quinta-feira (25), o presidente norte-americano, Joe Biden, falou pela primeira vez por telefone com o rei Salman, da Arábia Saudita, na iminência da publicação do aguardado relatório de inteligência dos Estados Unidos sobre o assassinato do jornalista saudita Jamal Khashoggi, ocorrido na Turquia em 2018. As relações bilaterais se mostram tensas desde que Donald Trump deixou o poder nos Estados Unidos – Biden não parece disposto a tolerar as violações aos direitos humanos da monarquia saudita, ao contrário do ex-presidente norte-americano.

"Chegamos à conclusão de que o príncipe herdeiro da Arábia Saudita, Mohammed bin Salman, validou uma operação em Istambul, Turquia, para capturar ou matar o jornalista saudita Jamal Khashoggi", escreve o Diretório Nacional de Inteligência neste curto documento desclassificado de quatro páginas.

"O príncipe herdeiro considerou Khashoggi uma ameaça ao reino e apoiou mais amplamente o uso de medidas violentas se necessário para silenciá-lo", acrescentou ela.

O relatório enfatiza que o príncipe herdeiro tinha "controle absoluto" dos serviços de inteligência e segurança do reino desde 2017, "tornando muito improvável que as autoridades sauditas pudessem realizar tal operação sem a aprovação do príncipe".

Os serviços de inteligência norte-americanos também supõem que, na época do assassinato de Jamal Khashoggi, Mohammed ben Salman criou um tal clima de terror que seus colaboradores provavelmente não ousaram questionar as ordens recebidas, “por medo de” serem demitidos ou presos ”.

Na época do assassinato, o procurador-chefe de Istambul declarou que o jornalista saudita Jamal Khashoggi, morto em 2018 dentro do consulado da Arábia Saudita em Istambul, na Turquia, foi estrangulado assim que entrou no local, e que teve seu corpo desmembrado pelos assassinos.

Khashoggi achava que as autoridades sauditas tinham a intenção de interrogá-lo ou prendê-lo na Turquia, mas temia que sua visita ao consulado reavivasse tensões entre os dois países. A informação é de sua mulher, Hatice Cengiz, em entrevista, na época dos fatos, ao jornal Haberturk. O jornalista não queria retornar ao consulado, onde foi assassinado no dia 2 outubro de 2018.

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