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Iraque

Iraque anuncia novo primeiro-ministro dois meses após a renúncia de seu antecessor

O presidente do Iraque, Barham Saleh, nomeou neste sábado (1) o ex-ministro de Comunicações Mohamed Alaui como novo primeiro-ministro, anunciou o próprio nomeado, no dia em que o prazo dado pelo chefe de Estado ao parlamento para liberar a paralisia política expirou.

Em 28 de janeiro de 2020, estudantes iraquianos protestam em Basra, Iraque.
Em 28 de janeiro de 2020, estudantes iraquianos protestam em Basra, Iraque. REUTERS/Essam al-Sudani
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Alaui, de 65 anos, comunicou a notícia através de um vídeo que postou no Twitter, no qual relatou que formaria um novo governo "de acordo com as demandas" dos opositores ao regime.

Nenhum anúncio oficial foi feito até o momento pelo presidente ou instituições governamentais.

Sua nomeação ocorre dois meses após a renúncia de seu antecessor, Adel Abdel Mahdi, o início de dezembro, sob a pressão de um movimento de protesto sem precedentes que começou em 1º de outubro e acusa a classe política de incompetente e corrupta.

"Peço que continuem as manifestações, porque se vocês não estiverem comigo, estarei sozinho e não poderei fazer nada", declarou.

Segundo a Constituição, Alaui tem um mês para formar seu gabinete, que deverá ser aprovado por um voto de confiança no Parlamento.

Pressão nas ruas

Antes da nomeação, a pressão nas ruas se intensificou, reacendida pelo influente líder xiita Moqtada Sadr.

"Alaui é rejeitado, Alaui é rejeitado!", gritavam alguns manifestantes, enquanto outros se reuniram para apoiá-lo.

A capital Bagdá e o sul do país, de maioria xiita, vivem quatro meses de protestos antigovernamentais para exigir eleições, a nomeação de um primeiro-ministro independente e levar à justiça os responsáveis pela corrupção e violência contra manifestantes.

Pressionado pelas ruas e pelos líderes religiosos xiitas, Abdel Mahdi foi forçado a renunciar em dezembro, depois de um ano no poder.

Em uma tentativa de restaurar um mínimo de estabilidade, o presidente iraquiano enviou uma carta esta semana ao Parlamento solicitando ao poder legislativo que nomeasse logo um primeiro-ministro porque, caso contrário, ele mesmo o faria, como de fato fez.

Situação sem precedentes

O Iraque estava em uma situação sem precedentes, já que um primeiro-ministro nunca se demitiu e a Constituição não prevê como agir nesse caso.

O clérigo Sadr é uma das vozes mais influentes da política iraquiana nos últimos anos e liderou a milícia anti-americana "o exércio de Mehdi" após a invasão.

Atualmente, controla o maior bloco do parlamento e vários ministérios. Apoiou os protestos quando explodiram em outubro e seus seguidores eram os mais bem organizados de todos.

Mais de 480 pessoas - a maioria manifestantes - morreram desde o início dos protestos em outubro, devido a tiros ou granadas militares.

O principal representante religioso do país, o aiatolá Ali Sistani, juntou-se à pressão na sexta-feira para que o país acelerasse a formação de um novo governo.

(Com informações da AFP)

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