Putin envia exército para combater incêndios na Sibéria e recusa ajuda dos EUA
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, conversou com seu colega russo, Vladimir Putin, sobre os incêndios florestais que atingem a Sibéria nesse momento. O chefe da Casa Branca ofereceu ajuda para combater o fogo, que já destruiu mais de três milhões de hectares, mas o Kremlin afirma controlar a situação por enquanto.
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Durante a conversa telefônica na quarta-feira (31), Trump manifestou sua preocupação com os incêndios e ofereceu ajuda para combater o fogo. “O presidente Putin exprimiu sua sincera gratidão por essa atitude bem-intencionada”, mas disse que só aceitaria a oferta se fosse necessário, informou o Kremlin.
“O presidente russo vê a iniciativa do presidente americano como um sinal de que no futuro poderemos reestabelecer relações completas entre nossos dois países”, completou o governo russo.
No mesmo dia, Putin ordenou a mobilização das Forças Armadas para lutar contra o fogo que destrói as florestas da Sibéria há semanas. Dez aviões e dez helicópteros foram enviados para ajudar os 800 bombeiros que atuam na região. No entanto, a medida só foi anunciada dias após organizações de defesa ambiental terem alertado para a falta de reação do governo. De acordo com o Greenpeace, o incêndio pode acelerar o derretimento das geleiras do Ártico.
Todos os anos a Sibéria enfrenta importantes incêndios florestais durante o verão no hemisfério norte. Porém, como se trata de regiões isoladas, as autoridades preferem não intervir enquanto o fogo não ameaça diretamente a população.
O primeiro-ministro russo, Dmitri Medvedev, foi até a região atingida na quarta-feira. De acordo com as agências de notícias locais, ele pediu que as autoridades locais apresentem, até o final do mês, um projeto de criação de um centro de prevenção e luta contra incêndios florestais.
“Fumaça não é perigosa”
Várias regiões do centro e do oeste da Rússia declararam estado de emergência diante dos gigantescos incêndios que devastaram um território maior que Alagoas. Mas segundo a ONG Greenpeace, os estragos são bem mais amplos e já atingem mais de 12 milhões de hectares – quatro vezes mais que o anunciado pelo governo.
Além do fogo, diversas zonas urbanas estão cobertas pela fumaça levada pelo vento. Porém, a diretora da agência russa de proteção dos consumidores (Rospotrebnadzor), Anna Popova, garante que o fenômeno “não representa riscos importantes” para a saúde.
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