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Mianmar/Eleições

Líder opositora Aung San Suu Kyi espera vitória sobre militares nas eleições de Mianmar

O partido pró-democracia da líder opositora Aung San Suu Kyi dominou a campanha para as eleições gerais em Mianmar, mas os militares continuam ameaçando sua marcha histórica até o poder. O país realiza no domingo (8) as primeiras eleições livres em mais de 25 anos, com participação de cerca de 30 milhões de eleitores.

Partido da líder opositora Aung San Suu Kyi pode vencer as eleições gerais de Mianmar no domingo (8).
Partido da líder opositora Aung San Suu Kyi pode vencer as eleições gerais de Mianmar no domingo (8). REUTERS/Soe Zeya Tun
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O processo eleitoral é complexo em Mianmar, um país que tem atualmente 93 partidos. No domingo, a população vai escolher três quartos das 664 cadeiras das duas câmaras do Parlamento. No entanto, um quarto dos assentos ainda é reservado aos candidatos apoiados pelos militares, que governaram o país durante 50 anos. A primeira missão do Parlamento eleito será escolher o próximo presidente, uma longa etapa que só deve ser finalizada em março.

O partido favorito é a Liga Nacional para a Democracia (LND), da líder opositora Aung San Suu Kyi. Porém, ela não pode disputar as eleições para presidente devido a um artigo da Constituição que impede o acesso ao cargo às pessoas com filhos de nacionalidade estrangeira.

A líder garante que esse artigo foi redigido com o exclusivo objetivo de impedir que ela assumisse a presidência. Suu Kyi foi casada com um britânico e teve dois filhos com ele, durante o período em que estudou no Reino Unido.

"Tempo de mudanças"

Em uma entrevista coletiva ontem em sua casa, onde passou 15 anos em prisão domiciliar por ordem da junta militar que governou o país até 2011, a líder afirmou que, caso seu partido vença as eleições, o país será governado com a política que ela determinar. Não é à toa que seu slogan de campanha é "tempo de mudanças". "Em caso de vitória, dirigirei o governo. E teremos um presidente que trabalhará de acordo com a política da LND", declarou.

Desde 2012, Suu Kyi ocupa uma cadeira no Parlamento, depois que seu partido venceu com folga as eleições parciais. A principal promessa da opositora é construir um Estado que respeite as diversas minorias étnicas e religiosas, no país que é de maioria budista.

Mostras de nervosismo

Uma junta militar governou Mianmar durante meio século, reprimindo os movimentos pela democracia. Em 2011, os militares cederam, de forma inesperada, o poder a um governo civil dirigido pelo presidente e ex-general Thein Sein, do partido USDP. Mas, com a forte popularidade de Suu Kiy, os ex-generais que desejam conservar os interesses da junta deram mostras de nervosismo.

Sein alertou durante a campanha sobre a tentação de imitar as revoluções populares da "Primavera Árabe". Seu partido veiculou um vídeo recordando as reformas realizadas durante seu governo e alertando contra os "rios de sangue" que acompanham algumas transformações promovidas pela democracia.

Suu Kyi, no entanto, não descarta a possibilidade de formar um governo de coalizão com o USDP. Mas ressalta que tem mais interesse em se aliar às legendas que representam as minorias étnicas do país, que constituem mais de um terço da população de Mianmar. Devido aos combates entre as minorias, algumas regiões do país não vão realizar a votação, apesar de um cessar-fogo estabelecido em outubro.

(Com informações da AFP)

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