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Síria/crise

Emissário internacional para a Síria pede cessar-fogo imediato

O emissário internacional da ONU e da Liga Árabe, Lakhdar Brahimi, fez um apelo neste domingo que rebeldes e fiéis ao regime de Bashar al-Assad tomem a decisão "unilateral" por um cessar-fogo. A declaração foi feita após uma reunião entre o representante das Nações Unidas e o presidente sírio. Brahimi diz que o pedido é uma iniciativa pessoal e sugere que o conflito seja interrompido por, pelo menos, dois dias. 

Emissário da ONU fez um apelo pessoal pelo cessar-fogo
Emissário da ONU fez um apelo pessoal pelo cessar-fogo REUTERS/Sana
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O pedido do emissário Lakhdar Brahimi foi feito para que a violência, que já matou mais de 34 mil pessoas nos últimos 19 meses, conheça uma trégua de pelo menos dois dias. "Eu faço um apelo a todos para que tomem uma decisão unilateral e esqueçam as hostilidades durante a festa do Aid al-Adha (entre 26 e 28 de outubro). Peço que esta trégua seja respeitada a partir de hoje ou amanhã", declarou Brahimi. O Aid al-Acha é uma festa muçulmana, conhecida como a Festa do Sacrifício. O ritual é considerado como um dos mais sagrados pelos muçulmanos e é comemorado no final do mês de outubro.

Lakhdar Brahimi afirmou que o apelo é uma "iniciativa pessoal" e que a declaração não faz parte de um plano detalhado de paz. "Este é um apelo para cada sírio. Eu encontrei dirigentes da oposição civil no interior e fora do país e tivemos uma recepção favorável ao nosso pedido. "Nós retornaremos à Síria depois da festa do Aid al-Acha e, caso a situação melhore, nós continuaremos a trabalhar por uma trégua ainda maior", ponderou o emissário. Antes do seu apelo por uma trégua no conflito sírio, o representante da ONU se encontrou, pela segunda vez com o presidente Bashar al-Assad, desde o início dos seus trabalhos como mediador, no início do mês de setembro. Lakhdar Brahimi trabalha como mediador da Liga Árabe e da ONU para que uma solução seja encontrada à crise na Síria.

Diante do próprio emissário, o presidente Bashar al-Assad afirmou estar aberto "para que todos os esforços sinceros encontrem uma solução política à crise". O presidente também declarou recusar toda e qualquer "ingerência estrangeira". O líder sírio também lembrou que toda iniciativa política deve começar pela "condenação ao terrorismo". O regime de Damas considera como "terroristas" todos os opositores e rebeldes em conflito contra o governo al-Assad desde março de 2011.

Um precedente pedido para um cessar-fogo foi formalizado na semana passada. Na ocasião, o regime declarou que estaria pronto para estudar o apelo feito pelo emissário Brahimi. Os rebeldes aceitaram o cessar-fogo, sob condição de que o regime de Bashar al-Assad interrompesse os bombardeios contra os bairros tomados pelos insurgentes.

Atentado contra cristãos

Apesar do pedido de cessar-fogo feito pelo emissário da ONU, a capital do país, Damasco, foi mais uma vez palco de um atentado neste domingo. Pela primeira vez, um bairro cristão da cidade foi atingido pela explosão de um carro-bomba. O atentado ocorreu na praça Bab Touma, em frente ao posto policial da região. Segundo o Observatório Sírio dos Direitos Humanos, pelo menos 13 pessoas morreram e outras 29 ficaram gravamente feridas. A população cristã da Síria, por medo de represálias dos radicais islâmicos, decidiu apoiar o regime do presidente Bashar al-Assad, em troca de proteção nos bairros cristãos das grandes cidades do país.
 

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