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Síria/Crise

Turquia afirma que avião suspeito transportava armas para a Síria

O primeiro-ministro turco confirmou que o avião comercial sírio interceptado entre Moscou e Damasco transportava armas para a Síria. O regime sírio acusou a Turquia de "comportamento hostil" pela retenção da aeronave, o que aumentou a tensão entre os dois países. Ancara rejeitou as acusações de Moscou e Damasco de que a ação colocou em risco a vida e a segurança dos passageiros.

Turquia retém avião civil sírio em Ancara
Turquia retém avião civil sírio em Ancara REUTERS/Cem Oksuz/Anadolu Agency
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Durante um discurso transmitido pela televisão, o premiê turco Recep Tayyip Erdogan confirmou na tarde dessa quinta-feira que o avião civil interceptado transportava “equipamento e munições destinados ao ministério sírio da Defesa”. Segundo ele, a carga era proveniente de um fabricante russo de material militar.

As relações entre Turquia e Síria, já bastante abaladas desde a morte de cinco civis turcos atingidos por disparos vindos do território sírio, no dia 3 de outubro, ficaram ainda mais delicadas após a interceptação, na noite desta quarta-feira, da aeronave síria que fazia a rota Moscou - Damasco. Diante da suspeita de que transportava uma “carga não-civil”, as autoridades turcas enviaram dois caças para escoltar o Airbus A 320 e o obrigaram a pousar no aeroporto de Ancara para uma inspeção.

Para o regime sírio, foi mais um “sinal da política hostil adotada pelo governo turco” que abriga rebeldes e bombardeia o território sírio, afirmou o ministério das Relações Exteriores da Síria, em um comunicado. Damasco exige que o material apreendido pela Turquia seja restituído integralmente. A tripulação do avião disse ter sido “agredida” durante a imobilização da aeronave.

O ministro turco das Relações Exteriores, Ahmet Davutoglu, disse que as acusações de que a ação colocou em risco a vida e segurança dos passageiros “não tem fundamento”. “Assim que o avião pousou, todas as medidas foram adotadas para garantir a segurança e atender as necessidades dos passageiros”, garantiu.

O ministério também informou que o avião da companhia aérea síria foi avisado que seria controlado e teve tempo de dar meia-volta.

A Rússia, aliada do regime sírio, interveio e pediu explicações do governo turco diante do “incidente” que “colocou em risco os passageiros, entre eles, 17 cidadãos russos”. Uma fonte dos serviços de exportação de armas da Rússia afirmou à agência Interfax que no avião “não havia armas nem material para fabricação de armamento”.

Diante deste clima tenso, o presidente russo, Vladimir Putin, adiou para o dia 3 de dezembro uma visita à Turquia prevista para a próxima segunda-feira.

Execução

Violentos combates são registrados deste a última terça-feira em Maaret al-Noomane, cidade estratégica do norte do país e passagem obrigatória para o exército sírio encaminhar reforço à Aleppo, palco de confrontos há três meses.

Em dois dias, os opositores ao regime de Bashar Al-Assad conquistaram pelo menos oito pontos da região leste da cidade controlada pelos militares. Segundo um jornalista da agência AFP, os insurgentes controlam também um trecho de 5 quilômetros de uma rodovia estratégica que liga Aleppo a Damasco.

De acordo com um responsável pelo Centro de Mídia dos rebeldes, cerca de 300 pessoas morreram nos últimos três dias em Maaret al-Noomane, entre eles 190 soldados fiéis ao regime. Entre as vítimas estão também pelo menos 65 prisioneiros executados poucos minutos antes da retirada dos soldados em dois pontos atacados pelos rebeldes, uma prisão transformada em caverna e um antigo centro cultural da cidade.

No centro, ocupado pelo serviço de inteligência militar, os carcereiros, armados com kalachnikov, abriram fogo contra cerca de 80 pessoas detidas, segundo informações de um sobrevivente. Segundo o observatório sírio de Defesa dos Direitos Humanos, só nesta quarta-feira 198 pessoas morreram no país, entre elas, 79 civis.

 

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