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Síria/ violência

Oposição acusa regime sírio de levar armas químicas para fronteiras do país

Os rebeldes sírios acusaram hoje o regime do presidente Bashar Al-Assad de ter transferido armas químicas para as fronteiras do país, no dia seguinte a Damasco ter ameaçado usar este tipo de ataque em caso de “agressão externa”. Nesta terça-feira, a oposição se dispôs, pela primeira vez, a aceitar que um membro do regime assuma a transição política no país.

A capital Damasco destruída pela guerra civil na Síria, nesta terça-feira.
A capital Damasco destruída pela guerra civil na Síria, nesta terça-feira. REUTERS/Shaam News Network/Handout
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“Nós, do comando do Exército Sírio Livre, sabemos perfeitamente onde estão estas armas e os seus posicionamentos”, afirma um comunicado dos opositores. “Revelamos que Assad transferiu algumas dessas armas e equipamentos de mistura de componentes químicos para aeroportos da fronteira. Apuramos que o regime começou há meses a deslocar estoques de armas de destruição de massa para fazer pressão na região e na comunidade internacional.”

Nesta segunda, o regime reconheceu, pela primeira vez, possuir armas químicas, e ameaçou utilizá-las em caso de intervenção militar ocidental, mas não contra a população. As declarações provocaram preocupação na comunidade internacional. O presidente americano, Barack Obama, avisou ao governo sírio que ele cometeria “um erro trágico” e deveria ser punido caso optasse pelo uso deste tipo de armamento. O Pentágono declarou que Assad “não deveria pensar nem por um segundo em utilizar o material” de destruição de massa, enquanto Israel advertiu que faria de tudo para impedir que as armas parassem nas mãos do grupo libanês Hezbollah, inimigo do Estado hebreu.

Abdel Basset Sayda, presidente do Conselho Nacional Sírio (CNS), principal organização da política da oposição, afirmou que “um regime que massacra crianças e violenta mulheres poderia perfeitamente usar armas químicas”, porém minimizou as chances de Israel ser alvo de ataques.

Transição política

Hoje, pela primeira vez, a oposição aceitou que um membro do governo de Assad dirija o país durante um período de transição após a queda do presidente, conforme um porta-voz do CNS. “Concordamos com a partida de Assad e a transferência de seus poderes a uma personalidade do regime para dirigir um período de transição, como ocorreu no Iêmen”, declarou Georges Sabra. No Iêmen, o ex-presidente Ali Abdallah Saleh aceitou assinar um acordo no qual a segurança dele e de sua família seriam asseguradas e o vice-presidente assumiria o poder até a realização de eleições, após ele próprio deixar o comando do país.

Perguntado sobre qual “personalidade” seria aceita pelos opositores, o porta-voz disse que “a Síria possui personalidades patriotas mesmo dentro do regime, e certos oficiais do Exército poderiam assumir um papel”. Ontem, a Liga Árabe pediu novamente a renúncia do presidente sírio, em troca de uma saída “segura” dele e de sua família de Damasco, mas Assad recusou a proposta.

Também nesta terça, os rebeldes informaram que oito detentos foram mortos na noite de ontem para hoje durante a repressão de uma rebelião na prisão central de Alepo, no norte do país. O motim ocorria enquanto a cidade, a segunda mais importante da Síria, sofria o quinto dia consecutivo de bombardeios por parte de forças do governo.

Conforme a oposição, a polícia “abriu fogo e lançou gás lacrimogêneo nos detentos (...) que reclamavam do tratamento inadequado de que são vítimas, fazendo oito mártires e provocando um incêndio no interior da prisão”.
 

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