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Argélia/ eleições

Abstenção marca primeiras eleições na Argélia desde revoltas

Os argelinos escolhem hoje os novos deputados para representá-los no Parlamento, na primeira eleição no país após a Primavera Árabe. A votação é marcada pela falta de entusiasmo dos eleitores: ao meio-dia, no horário local, a participação era de apenas 15,5%.

Abdelmadjid Menasra, líder da oposição, vota nesta quinta-feira em Alger.
Abdelmadjid Menasra, líder da oposição, vota nesta quinta-feira em Alger. REUTERS/Louafi Larbi
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O presidente argelino, Abdelaziz Bouteflika, conclamou a população a comparecer às urnas, sobretudo os jovens, que se declaram indiferentes à política nas pesquisas de opinião. “A minha geração já marcou o seu tempo”, afirmou o líder, de 75 anos. Em 2012, a Argélia comemora seus 50 anos de independência.

Os locais de votação abriram as portas às 8h (4h em Brasília), e pouco depois a televisão oficial mostrou imagens de multidão esperando o momento de votar em Tiaret, ao sul da capital Argel. Mais de 21,5 milhões de pessoas estão registradas para eleger 462 deputados, em apenas um turno.

A votação já registra abstenção maior do que na eleição anterior, em 2007: às 10h, 4,11% dos eleitores tinham ido votar, contra 6,75% há cinco anos. Em 2007%, a taxa final de comparecimento às urnas havia sido de 37%.
No total, 44 partidos disputam o pleito – 21 deles recém criados, sete de islâmicos e os demais independentes. Depois de votar, o primeiro-ministro Ahmed Uyahia pediu para os eleitores irem “massivamente” às urnas, “para mostrar àqueles que se perguntam sobre o futuro da Argélia”.

Partidos islâmicos esperam vitória

Os partidos islâmicos estão certos de obter sucesso nas urnas, a exemplo do que aconteceu no Egito e a Tunísia. “Nós estamos certos da nossa vitória, de um jeito ou de outro, se as eleições forem justas”, afirmou o presidente de um destes partidos, o Movimento da Sociedade pela Paz (MSP), Buguerra Soltani. O MSP é o grupo mais forte da chamada “Aliança Argélia Verde”, que regrupa também os representantes islâmicos Ennahda (“renascimento”) e o Movimento El Islah (“reforma”).

Os colégios eleitorais fecharão às 19h (15h em Brasília), com exceção de prolongações autorizadas caso a caso, segundo as autoridades. Eleições chamadas itinerantes já haviam começado no desértico sul do país, onde vivem as populações nômades.

O presidente argelino tenta aplicar um plano de reformas para responder aos protestos que movimentam o país há anos e que tiveram um pico entre janeiro e fevereiro de 2011, no início da Primavera Árabe. Com o objetivo de assegurar uma votação transparente, face às acusações recorrentes de fraudes desde a abertura do país ao multipartidarismo, em 1989, as autoridades convidarem 500 observadores estrangeiros para verificar o pleito, entre eles 150 europeus e os demais da Liga Árabe, da Organização da Conferência Islâmica, da ONU e de ONGs americanas.

O chefe da missão europeia, José Ignácio Salafranca, declarou que a votação acontece de “forma normal e pacífica”.
 

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