Jornalistas franceses pedem ajuda na Síria
Jornalistas franceses sobreviventes do ataque ao centro de imprensa no bairro de Baba Amro na cidade de Homs, na Síria, há um dia, lançam vídeo na web nesta quinta-feira pedindo ajuda. Edith Bouvier, jornalista do Le Figaro, e William Daniels, do Figaro Magazine e Time Magazine, presenciaram a morte dos colegas Rémi Ochlik, fotógrafo, e da jornalista de guerra americana, Marie Colvin.
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Bouvier tem uma dupla fratura no fêmur e precisa de uma intervenção cirúrgica urgente. "Eu preciso ser operada o mais rápido possível. Aqui os médicos nos trataram muito bem, o tanto que eles podem. Mais não podem fazer uma operação cirúrgica. Eu preciso de um cessar-fogo, de um veículo com equipamento médico ou, em todo caso, em bom estado que nos conduza até o Líbano para poder ser tratada o mais rápido possível", diz.
Rússia e China reforçaram nesta quinta-feira sua oposição a qualquer tipo de intervenção no país. Ambos têm poder de veto no Conselho de Segurança da ONU. O governo russo, no entanto, estaria disposto a apoiar uma trégua cotidiana para permitir a entrada de ajuda humanitária, mas não a abertura de corredores humanitários, o que significaria a presença de tropas de potências ocidentais ou das nações unidas.
Veja o vídeo original postado no site Youtube:
O presidente francês, Nicolas Sarkozy, classificou a morte dos jornalistas de "assassinato". A chefe da diplomacia europeia, Catherine Ashton, também condenou o ataque e disse estar estarrecida com a situação no país. Para o porta-voz da Casa Branca, Jay Carney, a "brutalidade do regime de Bashar al Assad está cada vez mais evidente" e ressaltou que a violência "deve parar 'imediatamente.' Além dos jornalistas, outros 24 civis morreram no mesmo ataque em Homs.
Em resposta à violência contra a população e à morte dos jornalistas, a União Europeia vai adotar uma nova série de medidas contra a Síria, que devem ser anunciadas na próxima segunda-feira, de acordo com fontes diplomáticas. O Alto Comissariado da ONU para os Direitos Humanos anunciou nesta quinta-feira, que dispõem de uma lista de responsáveis sírios políticos e militares suspeitos de implicações em crimes contra a humanidade.
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Ao todo, sete jornalistas morreram em ataques no país. Já o correspondente do New York Times, Anthony Shadid, morreu há uma semana vítima de complicações de saúde, possivelmente ligadas às condições que encontrou no local. O regime sírio baniu a maior parte dos profissionais de mídias internacionais depois do início da rebelião em 2011, mas agora concede vistos temporários para jornalistas acompanhados por membros do governo.
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