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Egito/ governo

Assembleia egípcia tem primeira sessão após queda de Mubarak

A Assembleia do Egito realiza nesta segunda-feira (23 de janeiro de 2012) sua primeira sessão desde a eleição que levou os partidos islamistas a ocupar três quartos das cadeiras, depois do levante que levou à derrubada do ditador Hosni Mubarak, em fevereiro. A sessão ocorre a dois dias do primeiro aniversário do início da revolta popular, que culminou com a queda do regime.

Jurista egípcio chega ao Parlamento no Cairo, nesta segunda-feira, para sua primeira sessão da Assembleia após as eleições legislativas.
Jurista egípcio chega ao Parlamento no Cairo, nesta segunda-feira, para sua primeira sessão da Assembleia após as eleições legislativas. REUTERS/Suhaib Salem
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Os trabalhos foram abertos por Mahmoud Saqa, 81 anos, membro do partido liberal Wafd, e começaram com um minuto de silêncio em memória às pessoas mortas das manifestações contra o regime de Mubarak, que durou 30 anos. Como membro mais velho da nova assembleia, Saqa atuou como presidente do Parlamento.

A sessão iniciou-se às 11h locais (7h de Brasília) e é transmitida ao vivo pela televisão estatal egípcia. Manifestantes devem ir ao local à tarde para pedir que a nova Assembleia consolide a democracia pedida durante as revoltas populares.

Uma das primeiras tarefas do Parlamento será a eleição de um presidente, provavelmente Mohamed Saad Katatni, membro do Partido da Justiça e Liberdade, ligado ao grupo islamista Irmandade Muçulmana, que obteve o maior número de cadeiras na Casa.

A maioria islamita controla três quartos da Câmara Baixa ou Assembleia do Povo, com 235 dos deputados (47%) Eles forem escolhidos por eleições legislativas, que duraram dois meses. Antes disso, o Parlamento era totalmente devoto ao presidente.

Entretanto, desde a queda de Mubarak, o país vem sendo governado por um alto conselho militar, à espera das eleições presidenciais que ocorrerão em junho. O Partido da Justiça e da Liberdade tenta demonstrar sinais de moderação, face aos temores dos laicos de que tragam radicalismo ao país. Por essa razão, a Irmandade Muçulmana era considerada ilegal durante o regime do ex-ditador.

O PLJ também se esforça para se diferenciar dos fundamentalistas salafistas, cujo principal partido, al-Nour, obtém quase um quarto das cadeiras do novo Parlamento, de um total de 508 assentos. Dez das vagas foram nomeadas diretamente pelo chefe do Exército e do Estado de fato, marechal Hussein Tanataui.

O Senado egípcio (Chura) deve começar a ser eleito a partir de29 de janeiro. Quando o Parlamento estiver completo, os eleitos terão a missão de elaborar a nova Constituição egípcia.
 

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