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Paquistão/Terrorismo

Paquistão abre investigação sobre rede de apoio a Bin Laden

O primeiro-ministro do Paquistão, Yusuf Raza Gilani, anunciou nesta segunda-feira a abertura de uma investigação para saber como Ossama Bin Laden pode viver impunemente nas proximidades de uma academia militar em Abbottabada e insistiu que seu país não pode ser o único criticado pela existência e atos cometidos pela rede terrorista Al-Qaeda.

O primeiro-ministro paquistanês, Yusuf Raza Gilani, qualificou de "grande triunfo contra o "terrorismo" a operação militar dos Estados Unidos que matou Osama Bin Laden
O primeiro-ministro paquistanês, Yusuf Raza Gilani, qualificou de "grande triunfo contra o "terrorismo" a operação militar dos Estados Unidos que matou Osama Bin Laden Reuters
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"Estamos determinados a recorrer a todos os meios para saber como, quando e porque Ossama Bin Laden estava vivendo em Abbottabada. Uma investigação foi aberta", informou o primeiro-ministro Yusuf Raza Gilani diante dos deputados do parlamento do país, em Islamabad.

"Mas a Al-Qaeda não nasceu no Paquistão”, disse em resposta às acusações, principalmente de Washington, de uma eventual cumplicidade com o terrorista no interior das Forças Armadas e dos serviços secretos paquistaneses.

"Quem é o responsável pela criação da Al Qaeda nos anos 90? Quem é o responsável por ter construído o mito Bin Laden?”, perguntou, em uma alusão aos Estados Unidos.

"É preciso lembrar a comunidade internacional a década de 90 que testemunhou voluntários árabes a aderir à jihad (guerra santa) que se transformou na Al-Qaeda”, disse o premiê em referência aos mujahidines, os combatentes afegãos que lutaram contra o exército soviético nos anos 80 com a ajuda financeira e armamento enviados pela CIA através dos serviços secretos do Paquistão.

Obama

As declarações de Yusuf Gilani diante dos parlamentares paquistaneses foi feita um dia após a transmissão de uma entrevista do presidente Barack Obama a um canal de tevê americano onde ele reclamou uma investigação sobre o apoio que o líder da rede Al Qaeda obteve no Paquistão.

"A rede que apoiava Osama Bin Laden em sua residência em Abbottabad deve ser investigada pelo governo do Paquistão", afirmou ontem o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, que reconhece não saber quem poderia ter fornecido a ajuda durante todos estes anos. O pedido de investigação ao governo paquistanês foi feito neste domingo durante uma entrevista no programa "60 Minutos", na TV americana CBS.

Seu conselheiro para a Segurança Nacional, Tom Donilon, esclareceu também na televisão, que os Estados Unidos por enquanto não têm provas de que o governo paquistanês sabia da presença de Bin Laden no país.

Os americanos já pediram acesso às três mulheres de Bin Laden, que foram presas durante a operação que matou o inimigo número 1 dos Estados Unidos há uma semana. As esposas estão presas em um lugar secreto no Paquistão e já começaram a ser interrogadas por policiais paquistaneses.

Na entrevista que foi ao ar no domingo, Obama afirmou que o tempo da operação que resultou na morte do extremista significou para ele  "os 40 minutos mais longos da sua vida", e disse não lamentar o fato de não ter capturado Bin Laden vivo.

O presidente americano acrescentou que a morte do terrorista e a apreensão de centenas de arquivos da Al Qaeda na casa onde Bin Laden estava escondido são uma "oportunidade de vencer o terrorismo" na região. Barack Obama também revelou que a decisão de invadir a residência do líder da rede terrorista não foi unânime no governo americano.
 

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