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Vaticano/Papa

Jornais apontam desafios que papa Francisco deverá enfrentar

Os jornais franceses desta quinta-feira comentam a eleição do cardeal argentino Jorge Bergoglio ao cargo mais alto da Igreja católica. Tanto os diários de esquerda quanto os de direita apontam os desafios que o novo papa terá que enfrentar em sua missão de definir os rumos do catolicismo no mundo.

Os jornais desta quinta-feira comentam a eleição do papa Francisco e apontam os desafios que ele terá que enfrentar.
Os jornais desta quinta-feira comentam a eleição do papa Francisco e apontam os desafios que ele terá que enfrentar.
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"O papa que veio do sul" é a manchete de La Croix. O jornal católico avalia em seu editorial que a eleição rápida de Francisco "dá ao novo papa a garantia de contar com a confiança plena de seus irmãos".

La Croix alerta que a sucessão é difícil porque Bento 16 permanece no Vaticano e que não se deve comparar Francisco a seu predecessor, mas sim dar ao novo papa tempo para se habituar ao seu papel.

"Ele terá que reorganizar a Cúria, o governo central do Vaticano abalado pelo escândalo Vatileaks, mas sobretudo transmitir confiança aos fieis católicos preocupados por viverem em sociedades cada vez mais indiferentes a Deus" e mostrar aos não católicos que a Igreja "é uma força que age para o bem comum dos povos, a paz e a justiça, a liberdade e o respeito à vida", comenta La Croix.

"Francisco, papa da fraternidade", anuncia a manchete de Le Figaro. O jornal conservador afirma em seu editorial que não se deve confundir o novo líder da Igreja com um dirigente político, eleito com um programa específico.

Le Figaro lembra que Francisco é antes de tudo guardião de uma tradição que já tem dois mil anos e sua missão principal é "fazer frutificar esse tesouro espiritual e histórico, colocando-o ao alcance dos homens de hoje".

Muito além dos problemas interno do Vaticano ou dos desafios que o catolicismo enfrenta ao redor do mundo, para o diário o papa deverá encarnar "a figura da esperança".

Le Figaro também enfatiza que o novo papa deve ser chamado somente Francisco, ou em francês François, sem a referência à numeração romana, como insiste o próprio Vaticano. Para os franceses, isso elimina a confusão com o célebre François I, um rei emblemático do Renascimento na França.

Já o diário econômico Les Echos traz uma grande reportagem sobre o IOR (Instituto para as Obras Religiosas), mais conhecido como o "banco do Vaticano", investigado pela justiça italiana por seu envolvimento em escândalos de lavagem de dinheiro.

Esquerda

A manchete do progressista Libération é "Um pouco de Novo Mundo na sacada", fazendo referência ao local onde o novo papa fez sua primeira aparição na quarta-feira à noite. O jornal se pergunta se esse jesuíta conseguirá refiormar uma Igreja abalada por escândalos sexuais e financeiros.

Em seu editorial, Libération diz que os cardeais "não escolheram a audácia elegendo um papa africano, asiático ou ainda norte-americano. Francisco é argentino, mas seus pais são italianos".

O diário lembra que João Paulo 2° surpreendeu o mundo e foi "um líder secular tanto quanto espiritual", enquanto Bento 16 parecia reinar "contra a própria vontade, como confirmou sua demissão surpresa".

Quanto a Francisco, diz Libération, "será que ele saberá conduzir a Igreja e seus fieis em direção a uma maior abertura às mulheres e às orientações sexuais diferentes ou, como seus predecessores, será um rígido guardião do dogma?"

O jornal também aponta os cinco principais desafios que o novo papa deverá enfrentar: a reforma da igreja católica, o declínio do catolicismo europeu, as relações com o Islã, a rivalidade com os evangélicos e a questão da China, onde existe uma igreja oficial submetida ao governo e outra clandestina, fiel ao Vaticano.

L'Humanité traz em sua capa Karl Marx. No aniversário de 130 anos da morte do pensador alemão, o jornal comunista afirma que sua obra ainda é relevante para compreender o estado atual da sociedade capitalista.

Provavelmente L'Humanité já estava no prelo quando a eleição do papa Francisco foi anunciada, mas não deixa de ser irônico que o jornal traga em sua primeira página o pai do materialismo histórico enquanto todos os outros estampam grandes imagens do novo líder espiritual dos católicos.

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