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Política

Cargo oficial de primeira-dama cria debate na França

Mais de 270 mil pessoas assinaram uma petição contra um eventual status oficial de Brigitte Macron, a mulher do presidente francês Emmanuel Macron. O assunto levantou o debate sobre o papel da primeira-dama na França. Os cônjuges dos chefes de Estado e de governo na Europa geralmente não possuem nenhum status especial.

O papel de Brigitte Macron, a primeira-dama francesa, vem suscitando debate.
O papel de Brigitte Macron, a primeira-dama francesa, vem suscitando debate. REUTERS/Philippe Wojazer
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Eleito em maio, Macron já havia anunciado durante a campanha presidencial que desejava criar um "verdadeiro status" de primeira-dama para acabar com o que chamou de "hipocrisia francesa". Segundo o chefe de Estado, “é importante esclarecer o papel de sua mulher, com quem compartilha a vida e cuja opinião é importante”.

Além das atividades caritativas, os cônjuges dos líderes europeus têm geralmente apenas um papel de anfitrião durante visitas diplomáticas e participam de viagem internacionais, inclusive com um programa especial. Na França, a mulher do presidente dispõe de seu próprio gabinete, colaboradores e um serviço de proteção subordinados ao orçamento do Eliseu.

Mas em um momento em que o governo acaba de impor a proibição da contratação de familiares por parte de ministros e de parlamentares, o tema sacode a opinião pública. Mesmo se a primeira-dama francesa não recebe salário, o fato de que Brigitte Macron poderia beneficiar de regalias tem dado o que falar no país.

Na manhã desta terça-feira (8), 270 mil pessoas já haviam participado de um abaixo-assinado, lançado há duas semana "contra o status de primeira-dama para Brigitte Macron". Diante da polêmica, o gabinete do chefe de Estado anunciou que pretende especificar nos próximos dias qual será a "função pública" da primeira-dama e quanto isso vai custar no orçamento da Presidência.

Marido de Merkel é chama de “fantasma da ópera”

Os países europeus são conhecidos pelo papel discreto dos cônjuges dos chefes de Estado e de governo. Com exceção das monarquias do bloco, as esposas e maridos dos líderes na região não dispõem de um status particular e alguns deles continuam suas atividades profissionais durante o mandado dos parceiros.

Um bom exemplo é o da Alemanha, onde Joachim Sauer, marido da chanceler Angela Merkel, é cientista e raramente aparece diante das câmeras. Sua discrição é tamanha que a imprensa local o chama ironicamente de “fantasma da ópera”. Já no Reino Unido, onde a família real tem um papel apenas de representação, Philip May, marido da primeira-ministra Theresa May, trabalha para um banco.

Já nos Estados Unidos, a primeira-dama tem um papel estipulado por lei de 1978. Mesmo se não recebe um salário, a FLOTUS (sigla usada para a First Lady of the United States) dispõe de um escritório na Casa Branca, uma equipe, um chefe de gabinete e um assessor de imprensa, e sempre têm uma causa favorita. Se Hillary Clinton defendeu a reforma do sistema de saúde quando atuava como conselheira do marido, Michelle Obama lutou contra a obesidade infantil, enquanto Melania Trump milita contra o assédio virtual.

Brigitte Macron já declarou que vai se engajar em causas ligadas à educação, cultura e ajuda aos deficientes físicos. Ela não comentou o abaixo-assinado contra o papel oficial de primeira-dama na França.

Com informações da AFP)

 

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