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Em coletiva, Hollande admite crise conjugal, mas não fala a respeito

O presidente francês, François Hollande, apresentou nesta terça-feira (14), durante a tradicional entrevista coletiva de início do ano, um vasto plano de reformas econômicas, batizado de “Pacto de Responsabilidade”. Ele também admitiu estar passando por uma crise conjugal, mas recusou-se várias vezes a responder perguntas sobre a primeira-dama Valérie Trierweiler, internada desde sexta-feira, quando uma revista de fofocas estampou na capa o suposto – e não desmentido – caso amoroso do chefe de Estado com a atriz Julie Gayet.

Le président François Hollande, lors de la conférence de presse organisée ce 14 janvier 2014.
Le président François Hollande, lors de la conférence de presse organisée ce 14 janvier 2014. Elysée
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Na primeira meia hora do encontro, o presidente deu detalhes sobre o “Pacto de Responsabilidade”, que propõe vantagens econômicas a empresários em troca da criação de postos de trabalho. As propostas incluem redução de impostos e simplificação de regras para a criação de empresas, além de cortes nos gastos públicos.

Em seguida, Hollande abriu o microfone para perguntas. A primeira questão foi à queima-roupa: “Valérie Trierweiler ainda é a primeira-dama?”. O presidente admitiu que o casal passa por dificuldades “dolorosas”. Mas acrescentou que “assuntos privados devem ser resolvidos na intimidade” e que aquele não era “o lugar nem o momento para tratar disso”.  O presidente deu a entender que a situação seria esclarecida até o dia 11 de fevereiro, data de sua viagem oficial aos Estados Unidos.

Primeira-dama ou não?

Com essa resposta, Hollande deixou claro que não falaria sobre sua vida privada. Mesmo assim outros jornalistas tentaram. Um perguntou se ele pretendia reforçar leis que garantissem a vida privada de pessoas públicas. O líder francês respondeu que é contra “leis de circunstâncias” e que há tribunais que podem punir abusos. Um outro jornalista perguntou sobre o discutido estatuto de “primeira-dama”, atribuição que vem sendo bastante questionada pela imprensa nos últimos dias, principalmente porque Hollande e Valérie não são casados. Ele explicou que não há estatuto definido, que trata-se de uma prática que muda de acordo com os dirigentes e com os tempos.

Um repórter ainda insistiu, perguntando sobre o estado de saúde da primeira-dama. “Está descansando, é tudo o que tenho a dizer a respeito”. Hollande ainda respondeu a uma questão sobre a sua própria segurança, tópico muito criticado por causa dos riscos que o chefe de Estado teria corrido nos encontros furtivos com Julie Gayet num apartamento emprestado. “Obrigada pela preocupação da oposição”, ironizou Hollande. “Minha segurança está sempre garantida e isso não me impede de ir para onde eu queira”, disse.

Censura e África

Em quase três horas, Hollande conseguiu desviar das balas e falar sobre vários outros assuntos da atualidade da França. Sobre o caso Dieudonné, comediante proibido de se apresentar ao vivo por causa de piadas consideradas ofensivas contra o judaísmo, Hollande insistiu que o anti-semitismo, o racismo e a xenofobia serão punidos, mas sem diminuir a liberdade de reunião, de expressão e de criação.
Hollande justificou as intervenções francesas no Mali e na República Centro-Africana, falando em “vitória para a democracia, contra o terrorismo”. E acrescentou: “A França recebeu um pedido de ajuda, não de um ditador, mas de uma resolução do conselho de segurança da ONU”.

Europa e socialismo

Em relação à crise financeira global, Hollande defendeu o futuro da Europa como um todo, como um espelho do futuro da França. Ele também falou de iniciativas para estimular a parceria franco-alemã. A respeito do tipo de socialismo no qual ele se inseria, seguindo os passos de Tony Blair ou de Lionel Jospin, o presidente respondeu que seguia seus próprios passos. “Sou social, reformista, realista e patriota”.

Entre outros assuntos abordados, Hollande falou sobre as próximas eleições municipais e europeias, sobre o aumento das expulsões de ciganos do país e sobre sua visita ao Vaticano, prevista para 24 de janeiro.

 

 

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