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AF447/famílias

Justiça francesa rejeita pedido de indenização de filhos de comissária do AF447

A Justiça francesa rejeitou o pedido feito pela família de umas comissárias de bordo que morreu no voo AF447, que fazia a rota Rio-Paris e caiu no dia 31 de maio de 2009 no oceano Atlântico. Seus três filhos entraram com ação noTribunal de Grande Instância de Toulouse, em caráter de urgência, pedindo o pagamento de parte da indenização pela Airbus e a Air France.

Imagem de uma das caixas-pretas do voo 447, descoberta em maio deste ano.
Imagem de uma das caixas-pretas do voo 447, descoberta em maio deste ano. Foto: reprodução
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De acordo com Emmanuel Tricoire, advogado da família, a decisão não foi uma surpresa, mas se esperava ao menos que o "juiz admitisse a responsabilidade da Airbus." Segundo o advogado, é inadmissível que tudo recaia sobre os pilotos, já que o acidente foi provocado por um conjunto de fatores, desencadeado por um defeito em um dos equipamentos da aeronave : os sensores Pitot, que medem a velocidade do avião, congelaram e deram indicações incoerentes aos pilotos.

Tricoire também cita os alarmes que funcionaram de forma ‘aleatória’, e contribuíram para confundir a tripulação. A questão é polêmica já que o próprio BEA, agência civil francesa que investiga as causas do acidente, reconhece ter retirado do relatório preliminar, publicado em julho, um trecho que orienta o construtor a rever o funcionamento dos alarmes de perda de sustentação (stall), para que não sejam afetados "pela indicação de velocidades errôneas." O BEA alega que será necessária uma avaliação mais aprofundada antes da inclusão deste item no relatório final.

O advogado também questiona a tese do erro de pilotagem, indicada no relatório preliminar da agência. Os dados do CVR (Cockpit Voice Recorder), que registra os diálogos da tropulação, e o FDR (Flight Data Recorder) com os parâmetros do voo, mostram que os pilotos efetuaram a manobra errada e cabraram o avião (empurrar o nariz para cima) em vez de picar (empinar o nariz para baixo), o que teria estabilizado a aeronave. “Como ter certeza de que os pilotos tinham as informações corretas para recuperar o avião e evitar o drama ?", pergunta Tricoire. Os sindicatos de pilotos alegam que o mau funcionamento dos alarmes confundiu os pilotos.

Até agora, os três filhos da comissária que morreu no acidente receberam apenas uma indenização por acidente de trabalho. Em julho, familiares de outros dois casais de passageiros também entraram na Justiça em caráter de urgência e obtiveram ganho de causa contra a Air France e a seguradora Axa, que foram condenados ao pagamento de mais de 400 mil euros. A empresa Airbus, novamente, foi inocentada.
 

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