Novas buscas em área onde estão caixas-pretas começam nesta sexta-feira
Em comunicado divulgado após reunião técnica entre os investigadores e representantes da marinha francesa, a Agência que investiga as causas do acidente do voo AF 447 confirmou que os navios com robôs submarinos começam a vasculhar uma área de cerca de 5 km², identificada após nova análise de sinais sonoros das caixas pretas.
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Os resultados das novas análises dos sinais sonoros gravados pelo submarino nuclear Émeraude durante a primeira fase de buscas pelos destroços do Airbus A330, em junho e julho de 2009, foram detalhados e analisados.
Com a ajuda de um programa de computador para a detecção de sinais aprimorado pela Thales, a reanálise pemitiu delimitar uma área no Oceano Atlântico onde estariam as caixas-pretas do avião. Thales é o grupo francês fabricante das sondas de velocidade Pitot, apontadas como uma das causas prováveis do acidente.
As caixas-pretas estariam numa zona de um raio de 5 km², distante 370 quilômetros do arquipélago brasileiro de São Pedro e São Paulo. Essa zona delimita significativamente a atual área de buscas, de 1.500 quilômetros quadrados, e aumentam as esperanças de encontrar as caixas-pretas e elucidar as causas da catástrofe do voo AF447 entre Rio e Paris que matou 228 pessoas na noite de 31 de maio do ano passado.
Agência francesa informou em comunicado que o navio que realizada atualmente as buscas está a 2 horas de mar do local indicado, à noroeste da última posição conhecida do AF447.
Apesar da euforia do anúncio, as autoridades francesas estão prudentes. "Isso não significa que nós vamos encontrar as caixas-pretas”, advertiu o general Christian Baptiste. Segundo ele, as caixas-pretas não emitem mais nenhum sinal e estão numa zona muito acidentada, a mais de 3 mil metros de profundidade .
"É como procurar uma caixa de sapatos numa área do tamanho de Paris", completou o porta-voz da Marinha francesa, Hugues du Plessis d'Argentré.
O porta-voz do governo, Luc Chatel, ressaltou que esta é apenas uma zona de localização, que é difícil saber se as caixas-pretas poderão ser recuperadas e analisadas, mas que encontrar os instrumentos será uma excelente notícia, principalmente para os familiares das vítimas.
O porta-voz da Marinha francesa, Hugo du Plessis Argentré, afirma que os sinais das caixas pretas foram emitidos dessa região e o próximo passo é intensificar as buscas.
"Nós vamos usar robôs equipados com câmera para procurar também destroços", diz o porta-voz em entrevista à Rádio França Internacional.
A Agência francesa que investiga as causas do acidente diz que as caixas pretas são fundamentais para avançar nas investigações. Quase um ano após o acidente, os investigadores acreditam que o conteúdo das caixas é ainda aproveitável.
Esperanças
"Estava na escola do meu filho e quando escutei que estavamos mais próximos de encontrar as caixas-pretas", disse Pérola Milman, parente de uma das vítimas do acidente. "A gente agora espera que isso ajude a responder as nossas preocupações", afirma.
Para o porta-voz do Sindicato francês de pilotos, SNPL, Erick Dorivey, é preciso saber sobre o caso para evitar uma repetição do acidente. "Não saber a verdadeira causa do acidente não nos deixa voar tranquilos", explica Dorivey.
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