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Voo 447

Localizada área onde estão caixas-pretas do AF447, afirma ministério francês da Defesa

Nova análise de dados recolhidos pelo submarino francês Emeraude entre junho e julho de 2009 permitiu identificar uma área de um raio de 5 km onde estariam as caixas-pretas do Airbus A330 da Air France. Mas não há garantias de que elas possam ser resgatadas. A informação renova as esperanças de conhecer as causas do acidente que matou 228 pessoas no voo entre Rio e Paris há quase um ano.

Destroços do AF 447
Destroços do AF 447 Reuters / Alexandre Severo
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A descoberta foi feita pelo ministério francês da Defesa que analisou, com a ajuda de um novo programa de computador, sinais sonoros gravados pelo sonar do submarino nuclear Emeraude durante a primeira fase de buscas dos destroços do AF 447, em junho e julho de 2009.

Ela vai permitir delimitar significamente a atual área de buscas, de 1.500 km², e aumenta as esperanças de encontrar as caixas-pretas.  O local seria a 200 milhas náuticas do Arquipélago de São Pedro e São Paulo, distante cerca de mil quilômetros da costa brasileira.

Um porta-voz da empresa Thales, que participa da operação, infomou que "sinais característicos das caixas-pretas" foram identificadas entre os dados recolhidos na primeira fase de buscas. 

"Nós identificamos três contatos (sons), que correspondem ao sinal da balisa das caixas-pretas em função da frequência, da duração da impulsão, diferentes parâmetros técnicos. São sinais característicos das caixas-pretas", declarou um porta-voz do grupo francês à agência de notícias AFP. 

Responsável pela fabricação das sondas Pitot, apontadas como uma das prováveis causas do acidente, a empresa Thales diz ter desenvolvido, a pedido da Marinha francesa, um procedimento específico para tratar os sinais recebidos entre junho e julho de 2009 o que permitiu delimitar com mais precisão a área de buscas.

Buscas

Os dois navios que estão no local realizando a terceira fase de buscas serão enviados à área para tentar verificar e validar a informação.

Apesar da euforia do anúncio, as autoridades francesas estão prudentes. "Isso não significa que nós vamos encontrar as caixas-pretas", advertiu o general Christian Baptiste, porta-voz adjunto do ministério da Defesa.

"Elas não emitem mais nenhum sinal e estão em uma área muito acidentada, a mais de 3 mil metros de profundidade. É como procurar uma caixa de sapatos em uma área do tamanho de Paris", completou o porta-voz da Marinha francesa, Hugues du Plessis d'Argentré.

Já o porta-voz do governo francês, Luc Chatel, ressaltou que esta é apenas uma área de localização e que é difícil saber se as caixas-pretas poderão ser resgatadas.

A Agência francesa que investiga as causas do acidente do voo AF447 (BEA, na sigla em francês) e que dirige as operações de busca pelos destroços do avião, realiza no final desta manhã uma reunião técnica juntamente com representantes da marinha francesa para analisar essas novas informações. Até agora, somente alguns destroços do Airbus A330 foram encontrados.

Reações

"É uma boa notícia e nos traz esperança após 11 meses de espera", diz Jean-Baptiste Andousset, porta-voz da Associação Entraide et Solidarité (Ajuda Mútua e Solidaridade, na sigla em francês) que reúne familiares das vítimas do voo AF447.

Ele defende que caso as caixas-pretas sejam recuperadas, um oficial de polícia possa acompanhar o trabalho de análise dos dados. Segundo Andousset, a Agência que investiga as causas do acidente informou, em março, que mesmo após 12 meses, dados das caixas-pretas ainda podem ser explorados.

Até agora, somente alguns destroços do Airbus A330 foram encontrados e cerca de 50 corpos de víimas resgatados.  Na semana passada a Agência francesa anunciou que a terceira fase de buscas foi prorrogada até dia 25 de maio.
 

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