De direita, nova ministra da Cultura francesa representa “pequeno terremoto político”, diz imprensa
A imprensa francesa segue, nesta sexta-feira (12), os desdobramentos da formação do novo governo francês, designado pelo jovem primeiro-ministro Gabriel Attal, de 34 anos. Alguns ministros antigos permaneceram e novos foram anunciados ainda na quinta-feira (11). Um dos nomes que mais causaram repercussão foi o de Rachida Dati, ex-ministra de Nicolas Sarkozy e convocada por Attal para a pasta da Cultura.
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Além de ser uma das figuras mais tradicionais da direita francesa, ela é conhecida no país pela postura política agressiva e personalidade polêmica. Dati foi ex-ministra da Justiça de Nicolas Sarkozy, presidente conservador que governou a França entre 2007 e 2012.
Com esse convite, Gabriel Attal e o presidente Emmanuel Macron sinalizam uma aproximação com a direita. O Le Figaro aponta que a “simples menção de seu nome foi uma grande surpresa" e levou a uma "guerra inesperada no coração dos republicanos”.
A agora ministra da Cultura ocupava, até quinta-feira, a função de presidente do Conselho Nacional do partido de direita Os Republicanos (LR). O jornal alega que “ao entrar para o governo de Attal, a ex-ministra dá as costas à sua família política”.
Rachida Dati foi imediatamente destituída de seu cargo e excluída do partido, após o anúncio. O Figaro destaca que o atual presidente da sigla, Eric Ciotti, ficou "claramente desapontado" e classificou o ato de Dati como uma "punhalada nas costas".
Rima Abdoul-Malak a cédé sa place à Rachida Dati au ministère de la Culture. «Je comprends que cette nomination puisse surprendre. Moi, elle ne me surprend pas. Elle répond à un véritable besoin», a assuré l'ancienne ministre sarkozyste. pic.twitter.com/dLwwJHG2kr
— Le Figaro (@Le_Figaro) January 12, 2024
Remodelação do governo
O site da France Info argumenta que a “entrada de Rachida Dati no governo é um pequeno terremoto político” e diz que para a direita francesa, significa que o partido “Os Republicanos está morto”, segundo definiu um deputado.
A nova ministra da Cultura francesa é filha de pai marroquino e mãe argelina e concorreu pela sigla à prefeitura de Paris em 2020.
Para o Le Monde, a nomeação surpresa de Rachida Dati para o Ministério da Cultura seria um segundo "golpe" de Emmanuel Macron para remodelar a nova cara do governo, logo depois de escolher o mais jovem primeiro-ministro da República francesa.
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— Le Monde (@lemondefr) January 12, 2024
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No Libération, a capa chama o convite para advogada de “a Sarkoconexão” e aposta que o “show político” está garantido com a entrada de Dati no governo de Gabriel Attal – que seria, ao mesmo tempo, “uma jogada política ousada” e “um ato deliberado de imprudência”, na avaliação do jornal.
Gouvernement Attal : la Sarko Connection
— Libération (@libe) January 11, 2024
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Nesta sexta-feira, durante a primeira reunião do Conselho de Ministros, Macron pediu aos membros do novo governo serem "revolucionários" e "disciplinados", de acordo com as observações relatadas pelos participantes.
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