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Para jornais franceses, nova lei de imigração é "medíocre, errônea e perigosa”

Os jornais franceses desta quinta-feira (4) voltam a destacar a polêmica lei de imigração. O texto aprovado em 19 de dezembro pela maioria no Parlamento teve o apoio da base do governo do presidente Emmanuel Macron, mas também da direita e da extrema direita.

Manifestantes durante uma marcha contra a nova lei de imigração da França em Paris, em 22 de dezembro de 2023.
Manifestantes durante uma marcha contra a nova lei de imigração da França em Paris, em 22 de dezembro de 2023. AFP - DIMITAR DILKOFF
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O comentarista de economia do jornal Le Monde, Hillel Rapoport, acredita que a nova lei afasta a França de seus ideais republicanos e de seus objetivos de crescimento. Ele classifica a lei como "medíocre, errônea e perigosa" do ponto de vista econômico.

O especialista também critica as medidas eleitorais e populistas, que afirmam que a imigração prejudica os cofres públicos e a inserção dos franceses no mercado de trabalho.

O texto destaca que os “dois únicos aspectos econômicos da lei se referem a empregos escassos e a condições mais restritivas para o pagamento de benefícios sociais aos imigrantes", mas sem propor medidas a longo prazo.

Para o especialista do Le Monde, "do ponto de vista econômico, a imigração é o preço do sucesso de um país e, em um mundo globalizado, um pré-requisito para seu crescimento futuro". 

Censura parcial?

O jornal Liberation aborda a perspectiva de uma censura parcial do texto pelo Conselho Constitucional. De acordo com a publicação, as medidas só foram "adotadas após as negociações com a direita", votadas com apoio da base da líder de extrema direita Marine Le Pen, do partido Reunião Nacional, e dos deputados macronistas.

Segundo o jornal, os parlamentares "se inspiraram em antigas exigências da extrema direita", mas agora eles próprios "não querem mais ouvir falar" do texto apresentado pelo ministro do Interior, Gérald Darmanin. 

O jornal enfatiza que o debate sobre imigração ainda não está encerrado e provavelmente ainda vai gerar mais polêmica neste início de ano. Nesta quinta-feira (4), o Tribunal de Contas francês deve retomar o assunto junto aos parlamentares e apresentar à imprensa seu "relatório sobre a política de combate à imigração ilegal". 

O Le Parisien traz uma entrevista exclusiva com o ministro dos Transportes, Clément Beaune, que se manifestou contra o projeto de lei de imigração, que dividiu o governo, levando a demissão de alguns ministros. Em entrevista ao jornal, o ministro diz que o assunto é "sério demais para ser deixado de lado" e considera que a batalha ainda não terminou, mas reafirmou seu objetivo de permanecer na pasta.

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