Spotify francês retira patrocínio de festivais e ameaça mais cortes após nova taxação do streaming

O Spotify França deixará de apoiar os festivais de música Francofolies de La Rochelle (que ocorre anualmente em La Rochelle cidade costeira no sudoeste da França) e Printemps de Bourges (evento de cinco dias de música a 255 km de Paris) a partir de 2024, após o anúncio de um imposto sobre streaming de música, informou a plataforma nesta quarta-feira (20). 

L'entreprise Spotify a annoncé, lundi 4 décembre 2023, devoir licencier 1 570 personnes, soit un employé sur six. AP - Richard Drew

Após "o anúncio da introdução de um imposto sobre streaming de música na França, lamentamos anunciar que o Spotify França deixará de apoiar o Francofolies de La Rochelle e o Printemps de Bourges a partir de 2024", escreveu a filial francesa da principal plataforma de streaming de música do mundo em um comunicado à imprensa. 

Esse apoio assumiu a forma de "apoio financeiro e ativações no local em favor de artistas emergentes", continuou o Spotify França, sem fornecer quaisquer números concretos. 

"Outros anúncios virão em 2024", conclui a plataforma, que se opôs a este imposto sobre streaming desde o início e estava fazendo campanha por uma contribuição voluntária. 

Imposto incomoda plataformas

A introdução em 2024 de um imposto sobre o faturamento das plataformas de escuta de música on-line, desejada pelo presidente francês Emmanuel Macron e que divide o setor, "deve render € 15 milhões" no próximo ano, anunciou o governo na sexta-feira (15). 

A contribuição fiscal das plataformas de streaming baseadas em assinatura e das plataformas de compartilhamento de conteúdo gratuito será "a uma taxa de 1,2% do seu volume de negócios gerado na França", disse o Ministério da Cultura em um comunicado. 

"As plataformas com faturamento inferior a € 20 milhões não estarão sujeitas ao imposto", acrescentou. 

O governo anunciou a introdução desse imposto em 13 de dezembro, após uma votação a favor dele no Senado em novembro, durante a análise do projeto de orçamento para 2024. 

Os oponentes do imposto argumentaram a favor de uma contribuição voluntária, declarando em um comunicado de imprensa conjunto em 13 de dezembro que haviam chegado a um acordo com a Apple, Deezer, Meta, Spotify, YouTube e TikTok para arrecadar "mais de € 14 milhões" até 2025. 

(Com informações da AFP)