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França homenageia professor esfaqueado; Louvre reabre após ameaça de atentado

Centenas de pessoas reuniram-se neste domingo (15) em Arras, no norte da França, para homenagear o professor Dominique Bernard, morto em um atentado à faca na sexta-feira (13) por um ex-aluno radicalizado. O ataque islâmico levou o país a reforçar a segurança: o museu do Louvre e o Palácio de Versalhes foram fechados às pressas, neste sábado (14).

Franceses homenageiam o professor Dominique Bernard, assassinado em Arras, no norte do país, por um jovem radicalizado. (15/10/2023)
Franceses homenageiam o professor Dominique Bernard, assassinado em Arras, no norte do país, por um jovem radicalizado. (15/10/2023) AFP - DENIS CHARLET
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O crime foi cometido por um ex-aluno de 20 anos, de nacionalidade russa e conhecido pelo radicalismo. Outras três pessoas também foram feridas, no que foi descrito pelo presidente Emmanuel Macron como um ato de “terrorismo islâmico”.

A homenagem a Bernard ocorreu na praça central da cidade, não distante do complexo escolar de Gambetta, cenário do ataque, que ocorreu num contexto marcado pelo receio de que o conflito no Médio Oriente, entre Israel e os palestinos, seja importado para a França.

O assassinato voltou a colocar a França em alerta, especialmente no meio escolar, já afetado há três anos pelo assassinato de Samuel Paty, professor decapitado em 16 de outubro de 2020 depois de mostrar caricaturas de Maomé em aulas sobre a liberdade de expressão.

A escolas francesas promoverão um minuto de silêncio nesta segunda-feira, em homenagem às vítimas dos ataques contra a escola Gambetta, em Arras, anunciou o ministro da Educação, Gabriel Attal.

“Vamos garantir a segurança de vocês”, prometeu a primeira-ministra, Elisabeth Borne, aos professores no sábado. “A investigação vai nos permitir determinar exatamente as condições e as circunstâncias que levaram esse indivíduo a agir. O ataque contra Israel pode ter sido um ponto de partida”, acrescentou.

‘Atmosfera de jihadismo’

A França está desde sexta-feira em situação de “ataque de emergência”, o nível mais alto do sistema Vigipirate e que vai resultar em 7 mil soldados enviados às ruas do país até esta segunda-feira, para a proteção de locais considerados a risco.

“Uma atmosfera de jihadismo, de ação, é clara desde o último sábado [7]”, data do ataque a Israel pelo Hamas, declarou o ministro do Interior francês, Gérald Darmanin. Ele reafirmou a “firmeza” do governo diante da ameaça terrorista e prometeu a “expulsão sistemática de qualquer estrangeiro (...) considerado perigoso pelos serviços de inteligência".

O medo de um ataque levou ao fechamento do museu do Louvre e, horas depois, do Palácio de Versalhes, devido a alarmes falsos sinalizando a possibilidade de atentados. Neste domingo, os dois pontos turísticos anunciaram pelas redes sociais que reabriram normalmente.

Agressor tem pai e irmão radicalizados

O agressor, Mohammed Mogouchkov, gritou 'Allah Akbar' enquanto avançava sobre pessoas na rua, segundo testemunhas. Preso, ele "não se explicou", disse uma fonte policial à AFP.

Ele era acompanhado pela Direção-Geral de Segurança Interna (DGSI), devido a atividades suspeitas do seu pai, também listado por radicalização e expulso da França em 2018, e com o irmão, preso por participar do planejamento de um ataque contra o Palácio do Eliseu, sede da presidência francesa.

Mogouchkov chegou na França em 2008, segundo uma fonte policial, nasceu na república russa predominantemente muçulmana da Inguchétia, mas não podia ser deportado legalmente por ter entrado no território francês antes dos 13 anos, sublinhou Gérald Darmanin.

Além dele, um homem de 24 anos, fichado por radicalização e detido na sexta-feira em posse de uma faca na região de Paris, será julgado na segunda-feira em Versalhes. Muitos livros religiosos foram descobertos na casa dele durante uma busca. “Ele declarou que era sem-teto e a tinha sempre consigo [a faca] para se defender em caso de ataque”, segundo fonte judicial.

Desde o ataque ao jornal satírico Charlie Hebdo em janeiro de 2015, uma série de ataques jihadistas deixaram mais de 260 mortos em França.

Com AFP

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