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Ataque em Arras: França aciona alerta nacional de "emergência atentado"

O governo francês elevou o alerta nacional de risco de atentados na França para o patamar máximo previsto no plano de segurança "Vigipirate", após um ataque com faca que causou a morte de um professor de Literatura, na manhã de sexta-feira (13), e deixou mais três pessoas feridas em uma escola de ensino médio de Arras, no norte do país. 

Uma patrulha antiterrorista do plano "Vigipirate" observa o movimento nas imediações do Museu do Louvre, em Paris.
Uma patrulha antiterrorista do plano "Vigipirate" observa o movimento nas imediações do Museu do Louvre, em Paris. © EMMANUEL DUNAND / AFP
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Em entrevista ao canal de TV TF1, o ministro do Interior, Gérard Darmanin, disse não haver dúvida de que o atentado ocorrido em solo francês tem relação com a guerra declarada no Oriente Médio, após o ataque do Hamas a Israel, no sábado (7). O ministro descreveu uma "atmosfera extremamente negativa na França", com apelos para que extremistas cometam atentados. 

O autor do ataque no liceu Léon Gambetta, de Arras, é um ex-aluno checheno do estabelecimento, nascido na Rússia. Identificado como Mohammed Mogushkov, de 20 anos, ele estava inscrito no cadastro de extremistas do Ministério do Interior francês. O jovem chegou a ser interrogado na quinta-feira (12) por policiais, que não tiveram razões para detê-lo.

Durante o ataque, ele gritou "Allah Akbar", que significa "Alá é Grande", uma expressão de fé de muçulmanos que foi usurpada como grito de guerra de jihadistas. Após matar o professor e ferir outras três pessoas, ele foi preso. 

O presidente francês, Emmanuel Macron, visitou a escola de Arras durante a tarde. Ele explicou que o professor de Literatura assassinado com golpes no pescoço, Dominique Bernard, de 57 anos, tentou evitar que o agressor entrasse no estabelecimento.

Um irmão mais velho dessa família chechena já cumpre pena de prisão na França, condenado em 2019 por um projeto de atentado desmantelado e apologia do terrorismo. O pai da família foi expulso do território francês em 2018.

Nas horas posteriores ao atentado, nove pessoas foram detidas para interrogatório, entre elas a mãe, uma irmã e um irmão menor de idade do agressor.

Segundo fontes da polícia, Mohammed Mogushkov estava sendo "ativamente monitorado" pela Direção Geral de Segurança Interna (DGSI). "Ele estava sob escuta telefônica e vigilância física desde o verão", disse a fonte, acrescentando que "suas conversas telefônicas nos últimos dias não revelaram nada que pudesse indicar que ele estava prestes a agir". Seu perfil se assemelha ao de "um indivíduo radicalizado, cujo potencial é conhecido, mas que de repente decide agir, o que torna difícil neutralizá-lo".

Um professor morto e um funcionário do liceu no CTI

O professor morto foi esfaqueado na garganta e no peito. Entre os três feridos estavam um funcionário do liceu, agora em estado crítico, que sofreu várias facadas, e outro professor. De acordo com uma fonte próxima ao caso, o funcionário está "gravemente ferido, entre a vida e a morte". Nenhum aluno ficou ferido.

Um professor de Filosofia visado pelo agressor, mas que conseguiu escapar, disse à mídia no local que o jovem "estava procurando um professor de História". Esses fatos lembram as circunstâncias que cercaram o assassinato de Samuel Paty, um professor de História e Geografia de 47 anos, que foi decapitado por um jovem de origem chechena em 16 de outubro de 2020. A tragédia ocorreu cerca de dez dias depois que Samuel Paty mostrou a seus alunos caricaturas de Maomé durante uma aula sobre liberdade de expressão.

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