França planeja proibir consumo de cigarros eletrônicos descartáveis
A primeira-ministra francesa, Elisabeth Borne, anunciou neste domingo (3) que os cigarros eletrônicos descartáveis, conhecidos na França por “puff”, serão proibidos “em breve” no país. A declaração foi feita durante uma entrevista à rádio RTL, quando a chefe de Governo antecipou, por outro lado, que os impostos sobre o tabaco não aumentarão no próximo ano.
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“Aumentamos a tributação do tabaco este ano e não pretendemos aumentá-la no ano que vem”, declarou Borne, enquanto o Governo dá os retoques finais aos seus orçamentos para 2024.
“Isso não significa que não estejamos muito vigilantes em relação ao consumo de tabaco”, continuou a premiê, destacando que “o tabaco causa 75 mil mortes por ano”. Um número “enorme” e “um importante problema de saúde pública”.
Nesse sentido, o governo “apresentará em breve um novo plano nacional de combate ao tabagismo, incluindo a proibição dos cigarros eletrônicos descartáveis, que provocam maus hábitos nos jovens”, ela afirmou.
Com sabores considerados “para crianças”, doces ou frutados – como marshmallow, tutti-frutti, chocolate – e suas embalagens de cores vivas, que remetem a balas, e o baixo custo, estes cigarros atraem principalmente adolescentes, quando os cigarros eletrônicos são proibidos para menores na França.
Não é a nicotina, é o hábito
Diversos países europeus, como Alemanha, Bélgica e Irlanda, já iniciaram a proibição destes pequenos tubos, que chegaram à França no final de 2021, e que oferecem um certo número de inalações para um nível de nicotina entre 0 e 20 mg/ml.
"Ainda que nos digam que não é nicotina, é um reflexo, um gesto a que os jovens se habituam. Então é assim que passam a fumar e temos de parar com isso", insistiu Borne.
O ex-ministro francês da Saúde, François Braun, já tinha iniciado em maio uma proibição iminente de “puffs”, o que deve fazer parte de um plano antitabagismo previsto para o período 2023-2028.
Além das questões de saúde, os cigarros eletrônicos descartáveis se revelam também um problema ambiental. Os “puffs” são feitos de plástico e contêm uma bateria de lítio não-reciclável.
(Com informações da AFP)
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