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França interrompe circulação de ônibus e bondes em todo o país a partir das 21h para impedir novos protestos

O ministério francês do Interior anunciou na tarde desta sexta-feira (30) a interrupção da circulação de bondes e ônibus em todos o país, a partir de 21h. A medida visa impedir novos protestos violentos nas ruas, como os que ocorreram nas últimas noites em várias cidades, desencadeados pela morte de um adolescente, abatido por um policial, durante uma blitz nos arredores de Paris.

Ônibus incendiados durante protestos na França
Ônibus incendiados durante protestos na França AP - Michel Euler
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A suspensão de parte dos transportes públicos foi anunciada pelo ministro francês do Interior, Gérald Darmanin, e ocorre após três noites de tumultos com prédios queimados, lojas saqueadas e ônibus e bondes atacados por grupos de manifestantes em várias cidades.

A circulação de ônibus e bondes na região de Paris já havia sido anunciada “até segunda ordem” e outras cidades vinham tomando decisões similares antes mesmo de o governo decretar uma interrupção nacional.

No sistema ferroviário e metroviário da capital, as estações nos arredores das manifestações também foram fechadas. O metrô, que normalmente prolonga em uma hora seu funcionamento no fim de semana, manterá os horários da semana, parando de circular por volta da 1h da madrugada.

“Queremos a retomada do serviço público (…) mas colocaremos sempre a segurança dos agentes e dos passageiros em primeiro lugar”, resumiu na manhã desta sexta-feira ministro dos Transportes, Clément Beaune. Segundo o balanço mais recente, pelo menos 12 ônibus da rede parisiense foram incendiados ou danificados. Fora da capital, cerca de 30 ônibus já foram destruídos.

Assassinato durante blitz foi estopim dos protestos

Os protestos violentos começaram na terça-feira (27) nos arredores de Paris e se espalharam pelo país após a morte no mesmo dia de Nahel, um rapaz de 17 anos, baleado à queima-roupa por um policial durante um controle de trânsito em Nanterre, a oeste da capital.

Um vídeo publicado nas redes sociais, cuja autenticidade foi comprovada, mostra o momento em que um agente aponta uma arma para o motorista, que dirigia sem carteira de habilitação. Em seguida, o jovem acelera e o policial atira, o atingindo no tórax. O veículo avança por alguns metros, antes de colidir com um poste. Nahel morreu em poucos minutos, apesar da intervenção do Samu.

Nesta quinta-feira, a Justiça decretou a prisão preventiva por homicídio doloso do policial de 38 anos suspeito de ter atirado no adolescente, segundo o Ministério Público, que considerou que o uso de sua arma não foi legalmente justificável.

Seu advogado garantiu que o agente pediu perdão à família e que estava "extremamente comovido" com a violência do vídeo veiculado com o ocorrido.

A polícia francesa é frequentemente acusada de uso exagerado da força em manifestações, mas também em algumas blitz. Vários episódios de violência cometidos por policiais foram denunciados nos últimos anos.

O presidente francês, Emmanuel Macron, denunciou nesta sexta-feira "a instrumentalização inaceitável da morte de um adolescente", e anunciou "mais recursos" para conter a onda de tumultos na França.

(Com informações da AFP)

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