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Brigitte Macron diz estar indignada após ataque contra seu sobrinho-neto durante protestos na França

Um dia depois que seu sobrinho-neto foi agredido por várias pessoas que participavam de um protesto contra a reforma da Previdência, a primeira-dama da França, Brigitte Macron, afirmou nesta terça-feira (16) estar “indignada” com a "covardia" dos autores do ataque na noite anterior, durante a fala do presidente Emmanuel Macron na televisão.

A primeira-dama Brigitte Macron criticou os ataques contra membros de sua família.
A primeira-dama Brigitte Macron criticou os ataques contra membros de sua família. AP - Yoan Valat
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O caso aconteceu em Amiens, cidade localizada a cerca de 115 quilômetros ao norte de Paris. Jean-Baptiste Trogneux, de 30 anos, foi atacado por um grupo que participava de um "panelaço" no momento de uma entrevista de Macron transmitida pelo canal TF1.

Dono de uma fábrica de chocolates que leva seu nome, Jean-Baptiste Trogneux "teve a coragem de enfrentar a covardia, a estupidez e a violência de um grupo que deixo para a justiça qualificar", declarou a esposa do presidente da República, em um comunicado, acrescentando estar "em total solidariedade" com a sua família.

Oito pessoas foram presas e ainda estão sob custódia, de acordo com uma fonte da polícia.

O secretário de Segurança Pública do departamento da Somme, Étienne Stoskopf, condenou "atos inaceitáveis" e "agradeceu às forças policiais por sua reatividade nas prisões".

Os agressores atingiram o sobrinho-neto de Brigitte Macron na cabeça, nos braços e nas pernas. Eles insultaram o "presidente, sua esposa e nossa família" antes de fugirem, disse o pai da vítima, Jean-Alexandre Trogneux, acrescentando que o filho estava "sob observação, aguardando exames médicos".

Ele lamentou que mesmo não havendo "qualquer vínculo financeiro" entre a fábrica de chocolates Trogneux e o casal presidencial, os estabelecimentos da marca, fundada pelo bisavô de Brigitte Macron, têm sido constantemente alvos desde a chegada ao poder do chefe de Estado.

O caso gerou várias reações entre os políticos franceses. Vozes da esquerda e da direita disseram estar preocupadas com a violência do debate político.

"Cada vez pior! E agora a família do presidente da República", comentou o deputado do Renascimento, partido de Macron, Karl Olive.

"Não à violência e ao terror", tuitou o líder dos Republicanos, Eric Ciotti, pedindo uma punição "implacável" contra os agressores.

“Na democracia, vamos às urnas e escolhemos os nossos representantes”, acrescentou a eurodeputada, também da direita (LR) e ex-ministra, Nadine Morano.

A esquerda também condenou o ataque. "Esses fatos são graves e inadmissíveis. Não defendemos a democracia atacando uma fabricante de chocolate", sublinhou o deputado do partido A França Insubmissa, François Ruffin.

“Atacar o sobrinho-neto de um político para atingi-lo é um ato covarde”, reforçou Alexis Corbière, político do mesmo partido.

A França vive protestos desde janeiro contra o projeto de reforma da Previdência que altera a idade mínima da aposentadoria de 62 para 64 anos e aumenta a contribuição necessária para uma pensão completa. A tensão contra essa medida aumentou em março, quando Macron adotou a reforma por meio de um artigo constitucional, apesar da rejeição da maioria da população.

Violência contra políticos

O ataque ocorre no momento que os franceses debatem a violência contra os políticos e suas famílias, depois da renúncia, na semana passada, do prefeito de Saint-Brevin-les-Pins (Loire-Atlantique), Yannick Morez, cuja casa foi alvo de um incêndio criminoso.

O político será ouvido no Senado na quarta-feira (17). Ele diz que vinha sendo pressionado há semanas por grupos de extrema direita contrários à instalação de um centro de acolhimento para migrantes perto de uma escola da cidade.

Segundo o ministério do Interior, as denúncias de violência física ou verbal contra líderes políticos aumentaram 32% em 2022, quando a França realizou eleições presidenciais e parlamentares,

(Com informações da AFP)

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