Greve dos garis: queda de braço entre governo e Prefeitura de Paris é destaque na imprensa
No final do nono dia de greve dos garis em Paris, o governo aumenta o tom e pede uma solução da prefeitura para o recolhimento do lixo. Essa atitude, encabeçada pelo ministro do Interior francês, Gérald Darmanin, está na capa dos principais jornais desta quarta-feira (15).
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"Os dias passam e as latas de lixo continuam transbordando", escreve o diário Le Figaro. "Montanhas de lixo que se acumulam nas ruas da capital. E não acabou: já que a greve foi estendida até segunda-feira, 20 de março."
Diante dessa situação, a prefeita de Paris, Anne Hidalgo, chamou a responsabilidade do Executivo nacional. “Dou total, total apoio a esse movimento social. Quando se trata também de categorias de pessoal, do serviço público e do setor privado, eu digo ao governo: converse com eles, tente entender o que eles estão te falando, e depois vamos conversar sobre a continuidade”, declarou.
Cerca de 7.000 toneladas de lixo não coletado foram contabilizadas na terça-feira (14), de acordo com o vice-prefeito de Paris.
Se a prefeitura “não atender à requisição, o Estado ocupará o lugar para evacuar as latas de lixo", acrescentou o grupo próximo ao ministro ministro, sublinha Le Parisien.
A prefeitura de Paris afirma estar "implementando medidas paliativas para gerir os pontos de urgência absoluta” e que “mais do que o serviço mínimo que está assegurado”, destaca Libération.
Direito de greve
Os lixeiros da cidade de Paris votaram na terça-feira para continuar seu movimento, determinados a não ceder ao projeto de reforma previdenciária do governo. “Votamos pela continuidade da greve pelo menos até 20 de março”, disse Julien Lejeune, supervisor de saneamento da prefeitura de Paris e delegado da CGT.
“Não discuto o direito de greve, mas que eles (os lixeiros) ponham em perigo a população, aí já não é um direito”, julgou na terça-feira o ministro Darmanin no canal BFMTV, apelando à constituição de “uma serviço mínimo" que, segundo ele, permitiria que os funcionários que quisessem entrar em greve o fizessem controlando os riscos de "saúde" e "segurança".
Várias cidades como Nantes, Antibes, Montpellier e Bourges também foram afetadas pela greve dos garis.
Nesta quarta-feira (15) várias categoria profissionais se unem à greve no oitavo dia de manifestações contra a reforma da Previdência.
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