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A partir de janeiro, lanchonetes na França serão obrigadas a usar embalagens reutilizáveis

A partir de 1º de janeiro, as lanchonetes de fast-food na França serão proibidas de vender lanches em embalagens de papel e terão que usar recipientes reutilizáveis. A regra imposta pelo governo francês obrigou as redes a se adaptarem, mas, para ecologistas, a novidade pode não ser tão sustentável como se imagina.   

Um dos restaurantes da rede McDonald's na França. Foto de ilustração.
Um dos restaurantes da rede McDonald's na França. Foto de ilustração. AP - Daniel Cole
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A partir do próximo domingo (1º), hambúrgueres e batatas fritas serão servidos nas redes de fast-food na França, em pratos e copos reutilizáveis. As redes de restaurantes tiveram dois anos para se adaptar.

A regra, votada em 2020, faz parte da lei anti-desperdício para redução do resíduos de uso único, na França, e vale para produtos consumidos no local.

Ainda que a medida se aplique a todo restaurante com mais de vinte lugares, ela põe em causa o próprio modelo econômico do fast-food, baseado na agilidade no preparo e no consumo da comida. Sua aplicação é um grande desafio. 

No caso do Mc Donald’s, o design das novas embalagens é bastante similar a dos copos descartáveis e recipientes para batatas, com a cor vermelha símbolo da marca. 

O material escolhido foi o plástico tritan, de acordo com um porta-voz do restaurante, um derivado do plástico bastante sólido para suportar as lavagens repetidas. 

O único produto que continuará a ser embalado em papel é o hambúrguer, por motivos de higiene, de acordo com o porta-voz.

Toneladas de lixo

O setor dos lanches rápidos é um grande produtor de lixo. Ele "serve por volta de 6 milhões de refeições por ano, em 30.000 pontos de venda no território francês, o que gera 180.000 toneladas de lixo anuais, 55% provenientes do consumo no local", afirmaram ONGs em um artigo de opinião publicado no Journal du Dimanche, em 4 de dezembro.

Pressões de consumidores e ONGs levaram as redes a tentarem se adaptar, nos últimos anos, a um modelo mais sustentável, aplicando, por exemplo, a triagem de lixo ou abandonando o uso de canudos de plástico.  

O maior desafio da nova mudança é abrir espaço na cozinha para inserir um lava-pratos, segundo proprietários de restaurantes. Além disso, é necessário que as lanchonetes consigam recuperar os pratos e copos ao final da refeição. 

"Entre as embalagens colocadas no lixo por erro e as que desaparecem simplesmente, as perdas podem ser importantes para uma lanchonete", observa Steeve Broutin, consultor da Hub One, uma das empresas que acompanham as redes de restaurantes na transição, em entrevista ao jornal 20 Minutes

Pessimismo 

As ONGs ecologistas não são otimistas sobre a aplicação da regra e criticam o governo francês por contar com o voluntarismo das empresas. 

Outro ponto problemático levantado por organizações é que, em algumas lanchonetes, as refeições para viagem representam mais de 70% das vendas e continuam com as embalagens tradicionais. 

Além disso, o plástico escolhido pelas redes para o material reutilizável é dificilmente reciclado atualmente, a diferença do papel usado nas embalagens tradicionais. Apesar de serem feitas para serem reutilizadas, as embalagens vão se desgastar com o uso e terão que ser substituídas. 

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