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Aliança com esquerda radical estremece Partido Socialista francês

O Conselho Nacional do Partido Socialista discute, nesta quinta-feira (5), o acordo concluído entre a esquerda radical, representada pelo partido A França Insubmissa, o Partido Comunista (PCF) e os ecologistas. A coligação visa obter a maioria das 577 cadeiras na Assembleia Francesa nas próximas eleições legislativas, que acontecem entre 12 e 19 de junho. 

O líder do partido França Insubmissa, Jean-Luc Mélenchon, le o primeiro secretário do Partido Socialista, Olivier Faure.
O líder do partido França Insubmissa, Jean-Luc Mélenchon, le o primeiro secretário do Partido Socialista, Olivier Faure. © REUTERS/Sarah Meyssonnier - AP/Michel Euler
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A questão divide opiniões dentro do Partido Socialista. A ex-candidata da legenda à eleição presidencial, Anne Hidalgo, disse que "não espera impedir um acordo eleitoral que vise combater a regressão ecológica e social", mas criticou o texto do acordo que, segundo a prefeita de Paris, "não respeita as pessoas e não traz garantias necessárias sobre a Otan, a Europa ou a laicidade".

A nova coalizão pretende impor a chamada coabitação ao presidente francês reeleito, Emmanuel Macron. Caso a frente de esquerda obtenha a maioria parlamentar, poderá reinvindicar o cargo de primeiro-ministro. 

Esse objetivo é considerado pouco realista por muitos cientistas políticos e dois pontos do acordo são motivo de discórdia entre alguns membros do Partido Socialista: número de circunscrições obtidas pelo PS em caso de vitória — 70 em vez das 100 esperadas — e a possibilidade de contornar algumas das regras da União Europeia, o que alguns socialistas consideram uma "ruptura" com a doutrina do partido. "Será uma grande batalha", admitiu o porta-voz do PS, Pierre Jouvet, à radio francesa France Info.

Alguns líderes do PS criticaram abertamente o acordo. Entre eles, o ex-presidente francês, François Hollande e os ex-primeiros-ministros Jean-Marc Ayrault e Bernard Cazeneuve, que ameaçou deixar o partido. 

A prefeita de Paris, Anne Hidalgo, candidata do Partido Socialista à eleição presidencial francesa.
A prefeita de Paris, Anne Hidalgo, candidata do Partido Socialista à eleição presidencial francesa. © AP - Ludovic Marin

Tábua de salvação

Outros membros consideram que essa seria uma tábua de salvação para um partido que obteve um dos resultados mais baixos de sua história em uma eleição presidencial, abaixo de 2%. É o caso de Martine Aubry, ex-prefeita da cidade de Lille, no norte do país, e uma líder histórica do PS. 

Segundo ela, os eleitores de esquerda "esperam pela união e a unidade" atestada na eleição presidencial de abril, que levou o presidente do partido A França Insubmissa, de Jean-Luc Mélenchon, a obter o terceiro lugar, com 22% dos votos, muito à frente de vários candidatos de esquerda.

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