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Programa de segundo mandato de Macron é “mais do mesmo, mas mais à direita”

A imprensa francesa analisa nesta sexta-feira (18) o programa de governo do presidente Emmanuel Macron, candidato à reeleição no pleito de abril, na França. Libération afirma que as propostas, apresentadas na véspera, indicam que o segundo governo do centrista será “cada vez mais à direita”.

Imprensa francesa desta sexta-feira (18) analisa o programa da campanha eleitoral do presidente e candidato Emmanuel Macron.
Imprensa francesa desta sexta-feira (18) analisa o programa da campanha eleitoral do presidente e candidato Emmanuel Macron. REUTERS - PASCAL ROSSIGNOL
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A “segunda temporada de Macron copia Os Republicanos”, ironizou o diário, em referência ao partido da candidata Valérie Pécresse, de direita. Na apresentação do programa, feita no subúrbio popular de Aubervilliers, o presidente adotou um tom “sombrio”, compatível com “a época marcada por movimentos sociais, a pandemia, o terrorismo, a volta da guerra na Europa”. O presidente evocou a possibilidade de “crise que nós ainda sequer prevemos” – uma maneira, segundo o jornal, de reforçar a ideia de que ele seria o mais preparado para enfrentar esses grandes desafios.

Na sequência, Macron desvendou um projeto que Libération chamou de um “totem de direita”: o aumento da contribuição para a aposentadoria de 62 para 65 anos, mais exigências de contrapartidas dos desempregados em troca de benefícios sociais e a redução de 15 bilhões de euros em impostos – metade para as pessoas físicas e a outra, para a empresas.

“Discurso de meio mandato”

O jornal Le Figaro afirma que o projeto representa “uma mudança na continuidade”, “como se a eleição de abril fosse apenas uma formalidade”. O diário diz que a apresentação desta quinta-feira mais pareceu “um discurso de meio de mandato” do presidente. Quanto à percepção de que o seu segundo governo seria mais marcado à direita, o próprio Macron declarou que “não dá a mínima bola” para os comentários, frisa Figaro.

Le Parisien também ressaltou a “continuidade” do projeto presidencial e destacou que, diante da sua confortável situação nas pesquisas, o chefe de Estado faz questão de fazer uma campanha “sóbria, já que a crise ucraniana está onipresente”. Em resposta às críticas por ter demorado a se assumir candidato e a revelar o seu programa a menos de quatro semanas do primeiro turno, ele agora detalhou cada linha do projeto, ao longo de mais de quatro horas de apresentação. “Seus concorrentes ficam numa posição desconfortável”, nota o Parisien.  

Previsão de vitória em qualquer cenário

Macron desponta com mais de 30% das intenções de voto no primeiro turno, à frente da candidata de extrema direita Marine Le Pen, com cerca de 18%. No segundo turno, os institutos preveem a vitória do atual presidente com ampla vantagem sobre Le Pen ou qualquer outro candidato opositor.

Le Figaro assinala que o tom de Macron mudou em relação à última eleição, em 2017, quando se apresentava como um candidato de “ruptura”. “Ele deu lugar à gestão e à estabilidade, com o prolongamento e aprofundamento das reformas já adotadas”, observa o jornal francês.

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