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União Europeia pode viver sem petróleo e gás russos? França imagina saídas para escapar do embargo

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, anunciou na terça-feira (8) que ordenou um embargo às importações americanas de petróleo e gás russos. Segundo ele, a decisão foi tomada “em estreita coordenação” com seus  aliados. Mas, na Europa, onde os países são extremamente dependentes dos produtos petrolíferos russos, a situação é delicada. Jornais franceses analisam como a França pode escapar de uma crise energética.

A alta dos preços do petróleo e do gás provoca inflação galopante na França e em toda a zona do euro.
A alta dos preços do petróleo e do gás provoca inflação galopante na França e em toda a zona do euro. AP - Bob Edme
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Para o jornal Le Figaro, a inflação atual na França, de 3% a 4%, promete ser duradoura, maciça e destrutiva para o crescimento.

Com a guerra na Ucrânia, economistas prevêem um aumento de preços próximo a 6% na zona do euro e um cenário parecido ao do choque do petróleo de 1973 é possível, analisa o jornal. Há quase 50 anos, em retaliação à Guerra do Yom Kippur em Israel, a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) subitamente aumentou o preço do barril do produto bruto em 70%. Dois anos depois, os Estados entravam em recessão, enquanto a inflação oscilava na Europa entre 10% e 25%,

Os franceses já sentem um agravamento da situação no seu cotidiano. Com o aumento da cotação do barril, que ultrapassou US$ 130 na terça-feira (8), pressionado pela perspectiva de proibição das importações de petróleo russo, os preços na bomba dispararam.

Plano de resiliência econômica

O governo francês prepara um plano de resiliência econômica e social para tentar mitigar o custo dessa alta para famílias e empresas. O projeto deve ser divulgado na próxima semana, após a cúpula de chefes de Estado e de governo da União Europeia. O diário lembra que tudo isso acontece a menos de um mês para o primeiro turno das eleições presidenciais francesas.

O gás russo constitui 20% do gás consumido na França e pode ser cortado de uma hora para outra. 

Pragmático, o jornal econômico Les Echos, lança uma cartilha com oito pistas para diminuir essa dependência francesa se houver "um embargo da União Europeia, ou, inversamente, se Moscou decidir cortar parcial ou totalmente as exportações para a Europa em resposta às sanções”.

As ideias seriam: diversificar os fornecedores, importando mais da Noruega, Argélia, Holanda e EUA; reduzir a demanda industrial e doméstica; aumentar a capacidade das usinas nucleares; postergar o fechamento das últimas usinas a carvão e investir em fontes de energia renováveis, entre outras medidas.

Por exemplo, se as 12 milhões de famiílias francesas que aquecem suas casas com equipamentos a gás diminuíssem a temperatura em 1°C, haveria uma economia de 10% no consumo.

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