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Franceses saem às ruas em protesto contra desigualdade e violência de gênero

Dezenas de milhares de manifestantes protestaram, nesta terça-feira (8), em Paris e em várias grandes cidades da França contra a violência doméstica e por mais igualdade de gênero, marcando, assim, o Dia Internacional da Mulher.

Manifestação em Paris em prol dos direitos das mulheres em 8 de Março de 2022.
Manifestação em Paris em prol dos direitos das mulheres em 8 de Março de 2022. REUTERS - BENOIT TESSIER
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Em Paris, 35.000 manifestantes marcharam pelas ruas da capital, de acordo com os organizadores do evento. O cortejo circulou entre o norte e o leste da cidade pedindo "mais meios para combater a violência sexista" e uma luta mais intensa contra as desigualdades, de acordo com cartazes carregados pelas participantes. Elas também criticaram o governo Macron pelo que consideram "cinco anos perdidos" na luta contra a desigualdade de gênero.

Candidatos à presidência de esquerda, como o ecologista Yannick Jadot e a socialista Anne Hidalgo, participaram das manifestações em Paris. “Vamos investir € 1 bilhão para acabar com a impunidade da violência sexual e de gênero”, prometeu Jadot, uma medida compartilhada nos programas das candidaturas socialista e comunista.

Os ativistas denunciaram, ainda, "falhas" da polícia no atendimento às vítimas de violência. Centenas de manifestantes prestaram uma "femmage" (homenagem usando a palavra femme que significa mulher em francês) às vítimas de feminicídios, em frente ao cemitério Père Lachaise, em Paris.

Outras cidades

Os manifestantes também saíram às ruas em muitas outras cidades da França. Em Lille, no norte do país, centenas de pessoas exigiam "verdadeira igualdade profissional e salarial entre mulheres e homens" e "um mundo sem violência sexista e sexual".

Em Rennes, na Bretanha, as manifestantes carregavam bandeiras ucranianas. Em Bordeaux, no sudoeste da França, cerca de 600 pessoas se mobilizaram pelo dia Internacional da Mulher com cartazes: "se pararmos, o mundo pára", "não ao terrorismo patriarcal" ou "homens, feministas, juntem-se a nós".

"A sociedade patriarcal ainda está reprimindo as mulheres. Estamos tentando educar os alunos, mas o caminho ainda é longo. Não somos realmente ouvidas, mas o assunto é sério", lamentaram Capucine e Eloïse, 20, estudantes da Sciences Po Bordeaux e membros do coletivo "Sexpress-you", que participaram do evento em Bordeaux.

Greve

Para ilustrar simbolicamente as desigualdades persistentes, os coletivos feministas também convocaram as mulheres francesas a fazerem greve, às 15h40, horário a partir do qual elas “trabalham de graça”, todos os dias. Em comparação com os homens, as mulheres ganham, em média, 22,3% menos no setor privado (excluindo a agricultura), de acordo com dados oficiais. 

Campanha

Seja no trabalho, nos relacionamentos ou em casa, o sexismo permanece ancorado na vida cotidiana dos franceses, apesar do crescente desejo da população em combatê-lo, observou, nesta segunda-feira (7), o Conselho Superior para a Igualdade entre Mulheres e Homens, em um relatório.

Para mudar a forma como a sociedade encara as desigualdades de gênero, o governo francês divulgou neste 8 de março uma campanha de comunicação que visa “desafiar” os homens em seu “papel na educação e na transmissão de modelos de respeito, não-violência e igualdade”.

Dezesseis homens famosos, incluindo o jogador de futebol Kylian Mbappé, o nadador Théo Curin e o cantor Amir, leram uma "carta aberta aos meninos nascidos em 8 de março de 2022". "Não deixaremos nada passar, nenhum gesto inapropriado, nenhum comentário machista (...) Querido homem de amanhã, você será o melhor dos homens, aquele que está comprometido com a igualdade", proclamaram.

 

(Com informações da AFP)

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