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França: candidatos à Presidência investem em campanha online com avanço da ômicron

A imprensa francesa desta quinta-feira (23) destaca o impacto da pandemia de Covid-19 e da variante ômicron nas eleições presidenciais de abril de 2022, na França. O medo de novas restrições sanitárias já estaria mudando a campanha eleitoral.

Candidatos às eleições presidenciais utilizam redes sociais para convencer eleitorado em época de covid-19.
Candidatos às eleições presidenciais utilizam redes sociais para convencer eleitorado em época de covid-19. AP - Martin Meissner
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De acordo com o jornal Le Figaro, os candidatos estão investindo nas campanhas online diante do avanço da ômicron. "Uma coisa é certa: com os grandes comícios, que podem ser cancelados, e o corpo a corpo com os eleitores limitado, a campanha presidencial será disputada principalmente através dos meios digitais", afirma o jornal.

Os candidatos já começaram a explorar várias possibilidades, aponta Le Figaro. A representante de extrema-direita, Marine Le Pen, por exemplo, é muito ativa nas redes sociais, assim como o outro candidato nacionalista, Eric Zemmour. O vídeo do anúncio da sua candidatura no YouTube foi visto mais de 3 milhões de vezes.

Le Figaro lembra que veículos tradicionais continuam sendo "indispensáveis" para falar com o grande público francês e que esta será uma campanha “televisiva”, por causa da Covid-19.

Dança com youtubers

Pierre Liscia, diretor de campanha de Valérie Pecresse, candidata do partido Os Republicanos, afirmou ao jornal francês que "'as redes sociais não substituirão os veículos tradicionais e o corpo a corpo'", mas que os candidatos são "'obrigados a se adaptar'".

No entanto, de acordo com ele, a candidata de direita não vai “dançar com youtubers”. Para Liscia "’o candidato comunica através das redes sociais, não são as redes sociais que moldam a maneira de comunicar do candidato.'"

Outro concorrente à presidência muito presente na mídia digital é Jean Luc-Melenchon, do partido de esquerda radical A França Insubmissa. Atualmente ele "investe no Twitch", salienta Le Figaro, uma plataforma de difusão de lives. O candidato também é assíduo usuário da ferramenta spaces do Twitter.

Mas, como lembra a especialista Anaïs Theviot, entrevistada pelo Le Figaro, os usuários mais ativos nas redes sociais não são obrigatoriamente aqueles que conseguem mais votos nas eleições. Ela cita o exemplo do nacionalista Nicolas Dupont-Aignan, muito presente no Facebook, mas que não obteve nem 5% dos votos nas eleições presidenciais de 2017.

Espaço

"A presidencial atingida pelo vírus", diz o título do Le Parisien. De acordo com o jornal, o "retorno" da crise sanitária "bagunçou" as eleições. Apesar disso, o presidente francês, Emmanuel Macron, afirmou na quarta-feira (22) que a votação seria realizada como previsto.

De acordo com o jornal, pessoas próximas do presidente não sabem como ele vai conseguir se declarar candidato antes de fevereiro, em um contexto tomado pela Covid-19 e a variante ômicron.

O jornal lembra que as ondas anteriores da doença ajudaram o chefe de Estado, que teve mais espaço na mídia que seus adversários, realizando vários discursos em cadeia nacional.

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