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Viúva de Navalny diz que teme detenções durante funeral do marido na sexta-feira em Moscou

A viúva de Alexeï Navalny, Yulia Navalnaya, disse na quarta-feira (28) que temia detenções durante o funeral do opositor russo, que será realizado na sexta-feira (1º) em Moscou.

Uma mulher deixa um retrato do líder da oposição russa Alexei Navalny em um memorial improvisado, enquanto pessoas participam de uma vigília realizada em frente à embaixada russa após a morte de Navalny, em Kappara, Malta, em 19 de fevereiro de 2024. 
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Uma mulher deixa um retrato do líder da oposição russa Alexei Navalny em um memorial improvisado, enquanto pessoas participam de uma vigília realizada em frente à embaixada russa após a morte de Navalny, em Kappara, Malta, em 19 de fevereiro de 2024. ​ REUTERS - DARRIN ZAMMIT LUPI
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“O funeral acontecerá depois de amanhã e ainda não sei se serão pacíficos ou se a polícia irá prender os que forem se despedir de Alexei”, declarou Yulia Navalnaya perante o Parlamento Europeu, reunido em sessão plenária em Estrasburgo.

O funeral de Navalny será realizado na tarde de sexta-feira em Moscou, na Igreja ortodoxa de Nossa Senhora Alivia minha dor, às 14h e o funeral no cemitério Borisovski, no sudeste da capital russa. A informação foi divulgada pela assessoria de Navalny no Telegram.

A cerimônia religiosa deverá ser organizada conforme o rito ortodoxo, sob as cúpulas escuras decoradas com cruzes douradas desta pequena igreja situada a menos de 20 km do Kremlin.

Segundo Ivan Zhdanov, um dos colaboradores mais próximos de Alexei Navalny, o enterro está marcado para às 16h (hora local), no cemitério próximo à igreja.

O funeral deve mobilizar um grande número de apoiadores de Navalny e pode incomodar Putin, que se prepara para uma nova eleição sem oposição, em menos de três semanas (15 a 17 de março).

O policiamento em torno da igreja e do cemitério será importante.

Desde a entrega do corpo de Alexei Navalny à mãe, no sábado passado, próximos a Navalny procuravam um local para uma “despedida pública”, mas todos os pedidos foram “rejeitados” devido a pressões contra os responsáveis ​​dos locais propostos.

"Em todos os lugares, eles se recusaram a nos dar qualquer coisa. Em alguns lugares, eles nos disseram que era proibido", explicou Zhdanov no Telegram, criticando a atitude do "Kremlin e (Sergueï) Sobyanin", o prefeito de Moscou, próximo de Vladimir Putin

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"Mafioso"

Em seu discurso no Parlamento, Yulia Navalnaya acusou Vladimir Putin de ser um “mafioso” e “chefe de uma organização criminosa”, e fez um apelo a combater o presidente russo.

“Nesta luta, vocês têm aliados confiáveis. Há milhões de russos que estão contra Putin, contra a guerra”, garantiu. "Putin deve responder pelo que fez ao meu país. Putin deve responder pelo que fez a um país vizinho pacífico e Putin deve responder por tudo o que fez a Alexei", ​​disse.

As circunstâncias da morte de Alexei Navalny ainda não foram elucidadas. Falecido na prisão em 16 de fevereiro, segundo os serviços penitenciários russos, ele morreu após se sentir subitamente mal “depois de uma caminhada”.

Próximos do opositor afirmam que a certidão de óbito menciona uma causa “natural”, versão oficial que rejeita, pedindo à polícia, aos militares ou aos membros dos serviços de segurança que comuniquem qualquer informação sobre o “assassinato” de Navalny.

Os restos mortais do opositor russo foram entregues a sua mãe, Lyoudmila Navalnaya, mais de uma semana após a sua morte.

Alexeï Navalny recebeu o Prêmio Sakharov 2021 do Parlamento Europeu, a mais alta distinção da União Europeia em matéria de direitos humanos.

Os eurodeputados debaterão, na tarde de quarta-feira, as circunstâncias de sua morte e a situação dos opositores, jornalistas e defensores dos direitos humanos na Rússia. Uma resolução sobre este assunto será submetida a votação na quinta-feira.

(Com informações da AFP)      

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