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Carros elétricos já ocupam terceira posição em vendas na União Europeia

Dois grandes jornais franceses, Le Figaro e Les Echos, analisam nesta sexta-feira (19) o aumento expressivo das vendas de carros elétricos na Europa.

Modelo elétrico da Peugeot e-3008.
Modelo elétrico da Peugeot e-3008. AFP - ARNAUD FINISTRE
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Os modelos 100% elétricos representaram quase 15% das vendas de automóveis na União Europeia em 2023, ultrapassando os veículos a diesel (13,6%), que continuam a perder mercado no bloco. 

Os carros da marca americana Tesla e da chinesa MG são os mais vendidos neste segmento, segundo o Le Figaro. O mercado europeu ainda está longe de alcançar os 15,3 milhões de carros vendidos em 2019, antes da pandemia de Covid-19, mas a indústria europeia se recupera gradualmente e escoou 10,8 milhões de unidades no ano passado. 

Os carros a gasolina ainda dominam o mercado (35,3% das vendas), à frente dos modelos elétricos híbridos (25,8%). No entanto, na hora de comprar um modelo novo, os 100% elétricos se tornaram a terceira opção mais popular entre os consumidores europeus. "A estrela do setor, Tesla, com uma estratégia de redução de preços, quase dobrou suas vendas (279 mil exemplares), enquanto a MG Motor, propriedade da chinesa SAIC, experimenta um sucesso crescente", escreve o Le Figaro.

A Volkswagen permanece de longe a montadora número 1 na Europa, à frente do grupo franco-italiano Stellantis, que comercializa as marcas Peugeot, Citroen, Fiat e Chrysler.

CEO da Renault pede 'política industrial coordenada'

Em um artigo de opinião publicado no diário econômico Les Echos, o italiano Luca de Meo, CEO do grupo Renault, diz que com o sucesso da Tesla e das marcas chinesas, "a indústria automobilística europeia deve ter uma política industrial coordenada". O setor representa 8% do PIB do bloco. A Renault registrou um crescimento global de 9,4% em suas vendas no ano passado, graças aos modelos elétricos.

O dirigente italiano nota que o setor passa pela maior transformação em 150 anos, devido à urgência em reduzir o impacto ambiental, ao fim programado dos motores a combustão em 2035 e ao aumento das exigências em termos de segurança e cibersegurança dos automóveis, o que tornou os veículos mais pesados ​​e mais caros.

Excesso de regulamentações

De Meo critica o fato de a União Europeia concentrar a maior parte de seus esforços para produzir regulamentações e multas aos construtores, sem uma visão holística, enquanto a China já controla 75% da produção global de baterias e os Estados Unidos estimulam a sua indústria de forma planejada.

O CEO da Renault defende uma adaptação dos europeus ao que fazem os concorrentes. Perante a China e os Estados Unidos, a Europa deve inventar um modelo híbrido, defende o italiano, por meio parcerias público-privadas. Assim, ele avalia que o bloco poderá se fortalecer e encarar a concorrência global.

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