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Um dia após veto da Hungria, UE garante ajuda de € 50 bi à Ucrânia "aconteça o que acontecer"

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, garantiu nesta sexta-feira (15) que a UE vai encontrar uma solução para ajudar a Ucrânia, depois do veto na noite de quinta-feira (14) do primeiro-ministro húngaro, Viktor Orban, ao financiamento de € 50 bilhões a Kiev. O assunto voltará a ser debatido numa futura reunião de chefes de Estado e de governo da União Europeia no início de 2024. “Até lá, usaremos o tempo para garantir que, aconteça o que acontecer, teremos nesta cúpula uma solução”, disse von der Leyen em Bruxelas.

O presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, fala à mídia durante a cúpula da UE em Bruxelas, sexta-feira, 15 de dezembro de 2023.
O presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, fala à mídia durante a cúpula da UE em Bruxelas, sexta-feira, 15 de dezembro de 2023. AP - Virginia Mayo
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"Estamos trabalhando arduamente para chegar a um acordo entre os 27 Estados-membros. Mas acho que também é necessário trabalhar em potenciais alternativas, a fim de termos uma solução, caso um acordo a 27 não seja possível,” acrescentou Ursula von der Leyen durante uma coletiva com a imprensa. 

O presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, disse estar “extremamente confiante e otimista” sobre a capacidade da UE de cumprir os seus compromissos com a Ucrânia, "com meios financeiros nas próximas semanas”. 

Na quinta-feira à noite, os líderes da UE deram luz verde às negociações de adesão com a Ucrânia, mas não conseguiram convencer o primeiro-ministro húngaro, Viktor Orban, a conceder essa ajuda crucial ao país em guerra.

Hoje, o presidente francês, Emmanuel Macron, pediu a Orban que “se comporte como um europeu” e não faça a UE de “refém” na questão da Ucrânia.

Imprensa francesa destaca

O assunto foi destaque nos principais jornais franceses desta sexta-feira, que comentam o sinal verde dado pela União Europeia para as negociações de adesão da Ucrânia ao bloco dos 27, em reunião em Bruxelas, na véspera. É um momento importante para um país em guerra que lutou para encontrar apoio para suas aspirações de adesão e enfrentou, por muito tempo, a oposição obstinada do primeiro-ministro húngaro, Viktor Orban. 

Apesar do sinal verde para integração ao bloco, os líderes da UE não conseguiram convencer Orban a retirar seu veto a um novo pacote de ajuda de € 50 bilhões para o país de Volodomyr Zelensky, devastado pela guerra.

A UE havia planejado dar à Ucrânia o valor que consistiria em € 33 bilhões em empréstimos e € 17 bilhões em subsídios, durante quatro anos a partir de 2024. Esse novo investimento é considerado crucial em Kiev, em um momento em que a ajuda americana no valor de mais de US$ 60 bilhões ainda está bloqueada no Congresso dos EUA devido à relutância dos republicanos.

O jornal Le Figaro enfatiza o impasse sobre o apoio financeiro à Ucrânia, dando destaque ao posicionamento irredutível de Viktor Orban, que declarou que "abrir negociações de adesão é uma decisão ruim". O jornal comenta que foi o chanceler alemão, Olaf Scholz, quem sugeriu ao primeiro-ministro húngaro, em uma reunião plenária, que ele se abstivesse. "Viktor Orban acenou com a cabeça, levantou-se e saiu por alguns minutos", disse um diplomata europeu ao jornal. 

Com a abstenção, a Ucrânia obteve unanimidade. Mas na hora do apoio financeiro, Orban fez questão de demonstrar sua insatisfação e votou contra.

Le Monde também destaca o veto do novo apoio orçamentário à Ucrânia, depois que a Hungria se absteve de votar a favor de "laços mais estreitos entre a Ucrânia e o bloco europeu", afirma o jornal. Mas destaca que apesar do veto financeiro, o húngaro não se mostrou contra a decisão dos líderes da UE de abrir negociações de adesão com a Ucrânia. Na versão on line o Le Monde publicou um post de Viktor Orban na rede X, no qual ele diz que só tratará das questões abordadas na cúpula em Bruxelas no ano que vem.

Uma reportagem do jornal La Croix cita também o caso da Moldávia, apesar de todos os outros jornais enfatizarem a Ucrânia por conta do veto húngaro. La Croix diz que ao abrir caminho para a Ucrânia e a Moldávia, a União Europeia demonstrou ser capaz de tomar decisões radicais. Afinal, "quem teria imaginado que essas duas ex-repúblicas da antiga União Soviética poderiam chegar a esse ponto há apenas dois anos?", questiona o jornal em sua edição on line. 

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